Capítulo 15: Natal: finalmente, a promessa

780 51 29
                                    

Dois dias após a noite de chuva com Nathaniel o hospital deu alta para Bibe, isso fez com que nós dois não nos encontrássemos mais o que tornava tudo ainda mais enevoado e triste para mim. Apesar daquele abraço e de suas palavras ele não havia falado nada a respeito da promessa e havia desaparecido da face da terra apesar de ser meu vizinho e poder usar qualquer desculpa para me ver, inclusive uma passagem entre sua casa e a minha.


Eu estava ansiosa e nervosa ao mesmo tempo, então veio o natal e eu estava pronta para ceiar a virada na casa de Bibe, como eu fazia desde os 13 anos já que meus pais tratavam essa noite como outra qualquer, fazíamos a ceia com os vizinhos de Bibe, era muita comida, muita música e brincadeira, mas justo naquele ano eles resolveram juntar as famílias Alencar e Rosález.


Liguei para Bibe contando tudo com ódio e planejando fugir, ela me mandou ficar e passar a ceia com eles e disse que seria uma boa oportunidade para conversar com Nathaniel e esclarecer as coisas de uma vez por todas. Tive que concordar. A ideia de ver Nathaniel outra vez tornava o natal assustador.


A ceia de Natal seria na casa de Nathaniel então comecei a me arrumar mais cedo, tomei um banho demorado para hidratar a pele e os cabelos, me maquiei de forma razoável e passei um batom vermelho escuro, sequei os cabelos e fiz babyliss para organizar e definir suas ondulações. Vesti um lindo vestido de malha canelada, que se ajustava e delineava as curvas do meu corpo até o meio da canela, ele era liso e verde escuro, a parte de trás cobria até o fim das costas, mas na frente ele tinha um decote mais baixo que expunha de forma sensual, mas nunca vulgar a jovialidade de minha clavícula e seios. E nos pés um Scarpin preto.


Ao sermos recepcionados na casa dos Alencar eu revivi muitas cenas da minha infância já que eu e Nathaniel vivíamos indo e vindo entre nossas casas.


- Mas não posso jogar sozinho, mamãe! - Benjamin reclamava com uma lousa em mãos que queria brincar de "adivinha".


- Filho, o que a mamãe disse? - ela disse em tom severo e acolhedor que o fez recuar.


- Se eu encontrar outra pessoa para jogar eu posso?


Sr. Sérgio e sra. Joana Alencar o olharam compreensivos, Joana lançou um olhar para Sérgio como se perguntasse "ele pode?", ao que Sérgio meneou levemente a cabeça. Eu adorava como ambos podiam ser tão discretos e ao mesmo tempo amorosos em sua relação.


Quantas vezes eu não vira a hombridade de Sérgio para com Joana e a feminilidade dela para com ele? E quantas vezes não desejei pais tão calorosos e divertidos como os de Nathaniel?Quando comecei a reparar em namorados já aos onze anos eu sempre gostava de observar os beijinhos rápidos que Sérgio despejava na bochecha, testa e as vezes na boca de Joana todas as vezes em que a via. Suas mãos sempre estavam a tocando, nas mãos, nos ombros, na cintura, e uma vez, sem querer, eu e Nathaniel entramos escondidos na sala e nos deparamos com um tapa no bumbum, isso nos chocou tanto na época que lembro de ter feito ele jurar que nunca faria aquilo comigo nem com mulher nenhuma e ele completamente assustado, jurou.

Sorri com a lembrança e de volta a realidade eu disse:


- Benjamin, eu posso jogar com você!


Ele olhou desconfiado para os pais que sorriram para ele e em seguida para mim dizendo:


Nos Enlaces da VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora