Capítulo 37: Me mande uma carta ou sinal de fumaça

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Eu estava mais do que desesperada e ansiosa, eu chorava pelos cantos com raiva e preocupada por não poder fazer nada. Eu não assistia mais as aulas tinha uma semana, eu só sabia olhar o celular e desenhar ou escrever coisas sem sentido. Tinha uma semana que eu não comia ou bebia direito e já tinha perdido quatro quilos. Tinha uma semana que Gian havia sumido, desaparecido, ele não me mandava mais mensagens, não atendia minhas ligações e eu odiava não saber onde ele morava. Me odiava por nunca ter tentando tirar essa informação dele.


Eu já tinha mandando mais de cem mensagens. E ligado mais de cinquenta vezes. Eram sete dias de agonia.


Giancarlo me ligou numa sexta-feira a noite, e uma sexta-feira depois ele ainda não havia voltado. Nossa última conversa foi como qualquer outra e isso era o mais estranho pra mim, eu não podia pedir seu endereço na direção porque ninguém podia saber nada sobre a gente, ele andava faltando muito, mas uma semana inteira sem ir e sem me falar nada, eu não me continha.


No meio da última aula daquela sexta-feira eu não me segurei, olhei para a carteira vazia atrás de mim e deitando em minha carteira enterrando meu rosto em meus braços chorei outra vez.


Foi quando Nathaniel me cutucou e me passou um bilhete.


"Por que você está tão mal desde segunda-feira? Tem a ver com seu namorado que faltou a semana inteira?"


Escrevi de volta.


"Deixei tão na cara assim?"


"Não, mas sei ficar quieto e olhar ao redor."


"Podemos ir embora juntos? Preciso desabafar..."


"Claro."


No caminho pra nossa casa eu contei a ele sobre o sumiço de G.O., sobre minhas preocupações, sobre eu precisar ir até a casa dele. Nathaniel prometeu me ajudar a descobrir o endereço na segunda-feira se ele não aparecesse.


Passei a tarde com a cabeça enterrada em meu travesseiro chorando, acabei dormindo e acordei com meu celular brilhando e vibrando na escuridão de meu quarto.


Ao ler aquelas duas letrinhas na tela eu pulei da cama me pondo de pé e atendendo.


- ALÔ!? GIAN!?


- Lissa? - sua voz era tão fraca que eu mal conseguia ouvi-la.


- O QUE HOUVE, GIAN!? VOCÊ ESTÁ BEM?


- Lissa... Você pode vir até minha casa?


- CLARO! ESTOU INDO AGORA, CONSEGUE ME DIZER O ENDEREÇO?


Rapidamente acendi as luzes do meu quarto e puxei uma caneta anotando seu endereço em meu braço mesmo.


- CHEGO RÁPIDO! - avisei.


Corri ao closet peguei uma mochila enfiei uma troca de roupa, uma escova de dentes e algumas outras coisas enquanto já tinha ligado para o táxi me esperar na esquina.

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