Capítulo 66: Um dia para o dia

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Em apenas um dia estaríamos casados, a euforia de saber daquilo nos deixava ansiosos e inquietos por isso decidimos nos sentar na varanda após o almoço. Observava Benjamin brincando com a irmã de nossa ajudante de cozinha e quase vizinha no gramado perto do casarão e Nathaniel sentado ao meu lado apenas tinha os olhos fechados. Seu pai havia ido andar a cavalo com Seu Jorge, e nossas mães estavam em algum lugar dentro da casa.

- AMB! AMB! - Benjamin me gritou correndo para as escadas da varanda.

Me levantei e desci dois degraus.

- O que houve?

- Vem brincar com a gente, Amb! Vem!

Eu sorri.

- Faz uns dias que não brincamos, não é? Do que vão brincar?

- Esconde-esconde! - a pequena Luísa respondeu.

- Esconde-esconde! Maravilha! Brinco, sim! - eu disse. - Você vem, Nathan? - perguntei me virando para a cadeira de balanço em que ele estava confortavelmente.

Ele fingiu roncar.

- Nathan! - o repreendi.

Ele abriu apenas um dos olhos e me olhou divertido. Eu ri enquanto fazia sinal de negação com a cabeça.

- Eu começo. - Nathaniel avisou se levantando.

As crianças passaram a gritar comemorando enquanto corriam pelo enorme gramado.

Começamos a brincadeira, todos foram os pegadores diversas vezes, e na última vez estava com Benjamin, eu já havia me escondido em todos os lugares possíveis, em cima da árvore, atrás da árvore, dentro de um arbusto, atrás do carro, atrás da casa, na varanda, atrás do galpão, só não dentro dele. Fitando a grande estrutura enquanto ouvia Benjamin gritar "7, 8, 9, 10", corri até a porta do fundo que eu havia visto no dia em que Nathan e eu nos beijamos pela primeira vez, assim que entrei fui puxada pelo braço e encostada na parede. Fechei os olhos com o susto e ouvi Nathaniel rir.

- Quem é você e como descobriu meu esconderijo secreto? - ele sussurrou em meu ouvido enquanto seu corpo pressionava o meu contra a parede.

Eu arrepiei.

- Você quem roubou minha ideia! - eu cochichei de volta.

- Ah, é? Como se eu cheguei primeiro? - ele perguntou afastando o rosto e olhando em meus olhos.

- Do mesmo jeito que roubou minha ideia de nascer! Nascendo quase quatro meses antes! - disse dando língua e cruzando os braços.

- Olha, que eu te beijo! - ele disse em tom de ameaça.

Eu sorri maliciosa.

- Beija pra ver se eu não te beijo de volta! - retruquei como uma menina levada e ele mordeu seu lábio inferior passando a olhar meus lábios.

A expressão desejosa que ele não conteve causou em mim o mesmo impacto de nosso primeiro beijo, um nervosismo ansioso gostoso de sentir.

Nathaniel me beijou e nosso beijo era quente e feroz, sabíamos que a qualquer momento Benjamin poderia aparecer e isso nos dava coragem de por tamanha intensidade, sabíamos que teria que acabar ali. Precisamos respirar fundo.

- Benjamin pode estar vindo pra cá... - eu disse quando percebi que ele me beijaria outra vez.

- Quer conferir? - ele perguntou dando espaço para que eu saísse de seus braços.

Ouvimos o grito "ONDE ESTÃO VOCÊS? LÁ VOU EU!" do outro lado do gramado, mordi meu lábio inferior e não perdi tempo em voltar a Nathaniel que era quem estava encostado na parede agora. Encontrei seus olhos castanhos ansiosos e me encaixei em seus lábios, braços, cheiro e calor outra vez.

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