Capítulo 31: Mágoas no gramado

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- Alô? Que horas são? Perdi a hora?


- Tá em casa?


Era Nathaniel.


Me sentei na cama olhando pela janela a escuridão lá de fora.

- Estou, aconteceu alguma coisa?


- Sim, aconteceu, será que você pode me encontrar na passagem?


- Estou chegando aí.


Vesti meu roupão e saí correndo descendo escadas, abrindo a porta dos fundos, atravessando o quintal até a passagem.


- Droga! Que foi dessa vez? - perguntei ofegante.


- Com licença! - Nathaniel disse e passou rolando pelo buraco do muro.


Dei um pulo pra trás com o susto.


Ele se levantou bateu a poeira da calça moletom e da camisa branca que na verdade era um pijama, olhou no relógio digital de pulso e disse:

- Ufa, onze e cinquenta e nove! Estou em tempo!


- Pra quê!? - perguntei franzindo a sobrancelha.


- Feliz aniversário, Am! - ele disse abrindo um sorriso e me entregando uma pequena caixinha.


O olhei desconfiada e abri a caixinha, um lindo e delicado colar de ouro com uma pedrinha de âmbar muito bem esculpida em forma de gota.


- Uau, Nathan... É... lindo... - eu disse pegando e analisando cada detalhe. - Obrigada. - disse olhando em seus olhos e sorrindo.


- Um colar de âmbar para Amber. - ele disse sorrindo. - Eu o comprei para te dar no seu aniversário de 4 anos atrás... Junto com uma carta, mas não tive coragem de te enviar, achei que estaria com raiva de mim, e quem diria que um dia te entregaria. - ele disse de forma animada tentando mudar o clima. - Não achei que seria legal te entregar na escola, e imaginei que estaria com Giancarlo hoje a noite, então restou ao vizinho usar de sua vizinhança para conseguir parabenizá-la a tempo.


Eu ri.


- Obrigada, Nathan. - disse o abraçando.


Ele retribuiu o abraço.


- Preciso te contar que, bem, meio que eu já estava saindo com Gian antes, mas hoje de manhã ele me pediu em namoro, eu aceitei. Então eu tenho um segredinho sujo para esconder dos meus pais e não queria que soubesse de supetão.


Nathaniel expressou uma surpresa genuína, mas nada além disso, o ciúmes anteriormente demonstrado não havia reacendido em seus olhos.


- Certo, eu serei um túmulo.


- Falando em túmulo... Eu poderia ler a cartinha?

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