Capítulo 52: Mais um Natal, mais um adeus

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Era Natal, completava um ano desde que aquele mesmo cara com quem eu estava morando havia despedaçado meu coração e traído minha confiança, mas ele havia se arrependido e apesar de eu não querer perdoá-lo, perdoei, e olha onde estávamos um ano depois.


Nathaniel havia ido na venda perto de casa comprar os ingredientes para a janta, ele tinha saído há poucos minutos quando ouvi alguém gritar "CORREIO" e então o barulho de algo arremessado ao chão.

"Correio? Como o correio saberia nosso endereço?"


Abri a porta da frente devagar e já não tinha mais ninguém ali, apenas um envelope branco no chão, rapidamente o peguei e entrando em casa me sentei em nossa pequena mesa da cozinha.Procurei destinatário, remetente, endereço, não havia nada. Um envelope completamente branco, mas tinha algo além de papel dentro dele, eu podia sentir a coisa metálica circular.

Minha curiosidade não me permitiu esperar Nathaniel voltar para lhe mostrar, eu abri e despejei o conteúdo na mesa.

Prendi a respiração com o que meus olhos viram. Junto com o que parecia uma carta o PIN que Gian havia me dado em meu aniversário.


"Gian!? Como ele sabe onde estou!? Como me encontrou!? O que é isso!?", meu coração batia descompassado um "tum-tum-tum" que não era nada relaxante.


Sem perder mais tempo abri a carta e passei a lê-la, mas em meu peito, lá dentro, meu coração não estava contente.


"Querida Lissa,


É com todo meu amor que escrevo para você esta carta, eu sei o quanto detesta despedidas em papéis, e sei que estou arriscando que guarde mágoa de mim para sempre, mas espero que não. Espero sinceramente que possa me perdoar por me despedir dessa forma também.Esta carta é a minha mais aberta declaração de amor (espero, mesmo, que Nathaniel não fique com ciúmes).

Lissa, já não posso te chamar minha se um dia pude, eu sempre soube, do momento em que pus os olhos em você no meu primeiro dia de aula ao momento em que conversamos naquele corredor e então no dia em que dormiu em minha cama, eu sempre soube que você não era minha e não seria. Não sou chamado Grande Observador à toa (ainda que você tenha sido a única a me chamar assim).

Ah, Lissa, quero começar contando a primeira vez que reparei em você, foi naquele mesmo ano em que fui transferido para sua turma, era início de ano e eu estava sentado perto de onde guardam as bicicletas, foi quando reparei naquela cestinha de vime, e bicicleta cor azul água, rapidamente fiz minha pesquisa e descobri o preço dela, eu não pude conter a curiosidade e resolvi esperar e conhecer a dona daquela bicicleta tão barata.

"Será que mais alguém herdou tanto dinheiro em tão pouco tempo? Será que finalmente terei alguém que me entenda e com quem conversar?", eram esses meus pensamentos.

Foi quando chegou você, os cabelos cor de mel  levemente envelhecido soltos e o olhar ocupado, eu estava sentado bem a frente e você tirou a bicicleta e desviou-a de mim sem nem mesmo me notar. E, para ser sincero, sempre foi difícil uma garota não me notar desde que eu havia chego na escola.

Gostaria de mentir e dizer que não mexeu comigo, mas como poderia não ter mexido?

Foi quando passei a propositalmente te observar, e em pouco tempo soube quem você era. Amber Rosález, a pedrinha de fogo mais discreta de toda a bilionáriolândia.

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