Capítulo 18: Meu novo amigo G. O.

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Não dormi como pensei que dormiria ao chegar em casa, meus pais haviam planejado um jantar em família. Durante a refeição silenciosa meu pai que parecia incomodado dispara em minha direção:


- Então, Amber, tem algo para nos contar?


O olhei de soslaio enquanto cortava um pedaço da carne, coloquei o pedaço na boca e mastigando fiz que não.


- Bem, suponho então que precise nos explicar sobre o que houve há uma semana na casa dos Alencar, mais especificamente na mesa de ceia.


- O que há entre você e o filho deles? - meu pai perguntou em tom curioso.


- Por que nós?


- Será que é porque assim que o assunto se direcionou a ele e a outra garota você saiu chorando da mesa e de forma inquieta ele saiu em seguida atrás de você, mas curiosamente nenhum dos dois voltaram mais nos deixando totalmente sem graça e sem reação?


- Eu devia estar com dor, acho que não me lembro bem. - disse pondo os talheres na mesa. - Vou subir, preciso dormir.


- Mocinha não saia dessa mesa! - minha mãe disse.


- Eu não tenho nada a dizer! Me recuso! - disse me levantando.


Ela se levantou também do outro lado da mesa.


- Não saia daqui! Conte-nos! Vocês estão juntos!?


- Não, mãe! Nem nunca estivemos e se depender de mim nunca estaremos! - não mais!


Após dizer isso e deixar meus pais surpresos pedi licença e como ninguém me impediu saí dali e me tranquei em meu quarto. Eu lia um livro, muito, muito antigo que havia sido adaptado a nossa linguagem, o título me chamou a atenção por estar relacionado ao que Bibe havia me dito há uma semana, era algo sobre razão e sentimento, e foi quando eu comecei a imergir nesse assunto que mudaria a forma como eu via o mundo. Mas ainda não naquela noite.


Meia-noite e os fogos dispararam no céu, eu me sentei na sacada do meu quarto para observar, suspirei com aquelas cores e brilhos. Meu celular vibrou no bolso.


"Feliz Ano Novo, Lissa!"


Sorri.


"Feliz Ano Novo, G. O."


"Precisa de um ombro para chorar hoje de novo?"


"Engraçadinho, não, tudo certo por aqui. Nenhum coração quebrado se quebra outra vez."


"Poxa, já estava me preparando para sentar no balanço de algum parquinho!"


"Quem sabe outro dia..."


"Mesmo?"


"Bem, estou livre, nunca estive tão livre, não tenho mais nada que me acuse se eu quiser conversar tanto tempo com outro garoto."


"Hmm... Assim vou pensar que está a fim de mim..."


Ri com aquela mensagem voltando a olhar o céu.G. O. era lindo, cabelos pretos e olhos azuis quem diria que ficaria uma combinação tão bonita? Seu corpo tinha uma estrutura mais magra que a estrutura do de Nathaniel o que podia dar uma aparência de mais fraco, mas tão másculo quanto e eles deviam ser da mesma altura.Apesar disso eu não estava a fim de G. O., mas não posso dizer que ele não seria alguém por quem eu podia me apaixonar, ele era o tipo de garoto que minha mente sabia que era cilada, mas por ser movida a sentimentos a possibilidade de me ver livre de uma vez de toda aquela guarda em que me coloquei me fez respondê-lo a altura.


"Quem sabe o que pode insinuar uma garota solteira?"


"Amber, Amber, não brinque comigo, eu não sou tão bonzinho quanto pareço..."


"Bem, então conheço muito pouco sobre você, me fale mais sobre você, seus gostos, livro, filme, comida preferidos.."


Nessas mensagens viramos a madrugada conversando, fui dormir as seis da manhã pela primeira vez na vida. Foi assim que nossa amizade realmente começou.

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