Acordei às seis no dia seguinte e Nathan já estava acordado, ele se olhava no espelho de uma penteadeira velha e bem simples de ferro e vidro que tinha em um canto do quarto.
- Te acordei!? Desculpa! - ele disse ao me ver sentar na cama pelo espelho.
- Não, eu acordo esse horário mesmo... Vou tomar um banho, mas pode ficar aqui, me troco no banheiro. - eu disse pegando um vestido na mala e disfarçadamente escondendo uma calcinha e sutiã dentro dele.
- Não, tudo bem, estou indo na vendinha comprar pão e café, você come?
- Claro.
Após estar pronta abri a janela do quarto que dava vista para uma pequena varanda, me lembrei de uma porta que eu havia visto no canto do lavabo, fui até lá e abri a portinha, tinha um pequeno corredor que levava a um pequeno espaço para lavar roupas e estender, aproveitei e deixei minhas roupas sujas de molho no tanque.
- Nathan, se tiver roupas para lavar coloca de molho no tanque do lado onde coloquei as minhas. - avisei ao entrar em casa.
- Tá bom, olha eu tenho luta às segundas e sábados e futebol com os meninos às quintas, dia de domingo eu costumo ir à igreja, você tem algo ao longo da semana?
- Na verdade não, até caminhei por um tempo, mas não levei muito a sério...
- Que sedentária... Por que não procura algo?
- Posso tentar.
Na hora do almoço Marcelo gritou Nathaniel.
- ENTREGA DE UM COLCHÃO! - ele gritou do portão.
- Opa! - Nathan se levantou da mesa e abriu a porta. - E aí, cara, passa essa belezura pra cá! - ele disse pegando o colchão de solteiro.
- Falou, parceiro! À disposição! - Marcelo disse e logo foi embora.
- Vai por aqui dentro? - perguntei abrindo mais a porta para que ele pudesse passar.
Nathaniel estava com uma cara estranha, mas assentiu e colocou o colchão dentro da casa encostado no sofá e rack.
Na parte da tarde eu saí de casa e fui procurar algo interessante para participar na área de esportes do condomínio. Me inscrevi em pilates e dança, às segundas, quartas e quintas-feiras, e avisei Nathaniel por mensagem.
Quando entrei em casa quase vomitei com o cheiro horrível que invadiu minhas narinas, parecia que tinham vomitado e deixado o sol secar na minha sala. Não precisei procurar muito para saber que era aquele colchão encardido.
- Nathaniel!? - o chamei pela casa.
- Oi? - ele atendeu do portão, entrando em casa.
- Nathaniel você sentiu o cheiro desse colchão?
Ele grudou um prendedor de roupas no nariz.
- Eu me viro.
Fiz cara de indignação.
- Não, Nathan, é pra eu sofrer as consequências de uma vida comum, você está de férias! - eu disse pegando o colchão, fiz ânsia com aquele cheiro tão perto de mim, mas não desisti de jogá-lo na área.
- O que você tá fazendo!?
- Nathan, é apenas um mês, a gente pode fazer um esforcinho para sermos discretos e conseguirmos usar o mesmo quarto.
"Mesmo tendo que dormir de sutiã por um mês inteiro...", choraminguei por dentro. Ele suspirou olhando aquele colchão nojento na sua frente.
- Tá, acho que conseguimos...
- Vai ser um pouco desconfortável, mas a gente se acostuma. - abri um sorriso para tentar animá-lo.
Ele sorriu e fez um carinho em meus cabelos no alto da cabeça.
- Bem, vamos jantar?
- Você vai cozinhar pra gente?
- Minha especialidade!
Qual foi a minha surpresa ao abrir as panelas e encontrar macarrão instantâneo.
Olhei para Nathaniel incrédula. Ao ver minha cara ele gargalhou.
- Super chefe, Nathaniel. - eu disse colocando o macarrão no prato.
- Sou bom em muitas coisas, se eu fosse bom na cozinha também seria muita apelação.
- Eu não acredito no que meus ouvidos estão ouvindo... - eu disse rindo.
Após o jantar eu e Nathan nos sentamos no chão da varanda um de frente para o outro cada um de um lado. Eu estava lendo meus e-mails pelo notebook e Nathan jogava algum jogo no celular.
- E quanto ao Natal e Ano Novo, Nathan? - perguntei ao ler um e-mail com tema de natal.
- Nathal Niel. Já reparou nisso? - ele perguntou sem nem dar atenção, fixado no jogo.
- Nathan Noel.
- Natal com Nathaniel.
- Nathaniel no Natal de Papai Noel.
- Noel no Natal com Nathan Niel.
Então levantamos os olhos e nos olhamos simultaneamente caindo na gargalhada.
- Então, sobre as festas de fim de ano. Podemos comer fora ou fazer uma janta bem elaborada.
- Tipo macarrão instantâneo? - provoquei.
Ele riu.
Decidimos passar Natal e Ano Novo em nossa casinha e cozinhar algo de diferente e gostoso que pensaríamos um dia antes das festas.
YOU ARE READING
Nos Enlaces da Vida
RomanceAos doze anos um doce e inocente romance se desenrola entre a pequena Amber e Nathaniel, seu vizinho, e junto com ele uma promessa: seremos os únicos na vida um do outro, até casarmos. Mas ele vai embora deixando apenas um bilhete, um pequeno bilhet...