Capítulo 30: Finalmente 17

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Os meses de março e abril se foram trazendo algumas mudanças.


As duas primeiras semanas de março G. O. foi viajar para resolver questões de contratos sobre seu pai e também sua mãe, isso fez com que eu me aproximasse mais de minhas amigas. Nathaniel e eu nos falávamos com mais frequência do que antes, éramos realmente bons amigos.


Tinha apenas uma coisa que me incomodava: na escola o diretor me escolheu para cuidar da formatura da minha turma, então eu estava lotada de coisas para resolver e tudo tinha que ser passado em detalhes para ele num relatório escrito e também falado, eu o via toda semana e toda semana ele me mandava mudar algo, melhorar algo, eu odiava aquilo. Eu havia admitido que sim era ele com quem eu tinha dançado e ele decidiu então que eu também deveria escolher as principais músicas a serem tocadas na hora da dança, minha vida estava um caos. Eu não conseguia trabalhar o suficiente para juntar todo o dinheiro que precisava por causa dessa formatura estúpida.


No mês de abril eu e G. O. retomamos as caminhadas, não trocamos nenhum outro beijo desde a morte de sua mãe eu tinha medo de ele não estar pronto para aquilo ainda e como ele não tomava a iniciativa eu também não tomaria.


Não nos víamos muito devido a todo o trabalho que eu tinha, mas sempre que nos víamos conversávamos muito sobre coisas banais e coisas interessantes e sobre nós mesmos.Foi quando maio chegou e com ele meu aniversário de dezessete anos. Dia 02 de maio, uma segunda-feira, acordei e arrumei minhas ondas deixando-as soltas e vesti a blusa do uniforme com uma calça de linho bege que tinha um único botão em tons de marrom na frente bem ao centro, calcei um mocassim, passei um batom bem clarinho e estava pronta para comemorar meu aniversário passando o relatório do baile de formatura ao diretor, parecia até que ele sabia que algo importante aconteceria após a formatura para mim e queria que aquilo ficasse marcado em minha mente.


Foi quando Gian me ligou.


- Lissa?


- Pode falar.


- Lissa, você pode me encontrar no parquinho da praça perto da escola?


- Posso sim, aconteceu alguma coisa?


- Ainda não.


- Ainda não?


- Só vem depressa.


Eu sorri imaginando o que ele estava aprontando.Enquanto tomava meu café da manhã Carmem e Jussara vieram me dar os parabéns.Meus pais apareceram depois delas.


- Bom dia, Amber. Tenha um feliz aniversário. Quer convidar amigos para casa ou comer fora? - meu pai disse.


Ele não havia mais tocado no assunto da última conversa que tivemos, nem minha mãe. Acho que acreditavam mesmo que eu havia abaixado a cabeça e aceitaria tudo.


- Posso pensar um pouco e depois decidir?


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