Capítulo 54: Um mês de nós e laços

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Eu e Nathaniel completávamos um mês morando juntos naquele dia, mas ele havia ligado para seus pais e prolongado suas férias até o dia 31 de janeiro, então ainda tínhamos uns dias sem que ele precisasse ir até nossa cidade natal, ele precisaria passar alguns dias lá e então voltaria para mim. Aquela altura sua mãe ligava para ele pelo menos duas vezes por semana.


Como eu disse quando se esticam os dias morando com alguém alguns cuidados deixam de ser tomados, então as vezes eu me esquecia de trancar a porta quando pensava que me trocaria rapidinho, as vezes quando eu voltava do pilates e Nathaniel ainda não tinha voltado do futebol ou da luta eu andava descuidadamente apenas de top e legging pela casa, eu já havia até mesmo esquecido de trancar a porta do quarto e usado o banheiro de porta aberta na mesma ocasião, era divertido sentir a adrenalina de ter que me trocar correndo enquanto a porta estava destrancada, eu havia feito disso uma pequena brincadeira. E eu sabia que Nathaniel estava mais descuidado também, agora ele vivia deixando sua toalha em cima da cama, seu tênis jogado pela casa e um dia ouvi ele abrir e fechar a porta do quarto rapidamente ao perceber que eu estava em casa.

Era divertido dividir a casa, o quarto e a cama com alguém, mas eu achava que seria muito mais divertido e interessante se pertencêssemos um ao outro.


Era quinta-feira, dia de lavar roupas, a máquina de roupas por pouco não estragara uma peça que eu gostava muito então eu lavava minhas roupas à mão, mas Nathan frequentemente a usava. Eu e Nathaniel quase sempre voltávamos para casa juntos às segundas-feiras, mas às quintas o futebol se estendia e acabávamos nos desencontrando. Aquela era uma daquelas quintas-feiras.


O calor estava de matar e eu tirei a blusa ficando apenas com o top que deixava meus peitos expostos de forma sexy e vulgar e de legging, não passavam muitas pessoas em nossa viela e não haviam casas do outro lado da viela apenas um muro alto de um prédio que tomava o outro lado inteiro, então eu não me preocupava de andar pela área da frente vestida daquele jeito, fui para a varanda esfregar minhas roupas, o dia estava quase anoitecendo e eu cantarolava um pagode que havia ouvido a tarde inteira de algum vizinho.


- "Num final de tarde, tudo se mistura, a saudade invade, chama por você. Mais que uma vontade, chega a ser loucura. O meu corpo arde em chamas por você..." - eu cantava enquanto esfregava as roupas.


E uma música se embolava na outra. Eu já estendia as peças de roupas quando uma música ficou na minha mente peguei meu celular e pesquisei ela, aumentei no máximo e eu cantava com alegria enquanto me dirigia para dentro de casa.


- "Essa noite eu notei que você demorou pra dormir. Caminhou pela casa ligou a TV eu ouvi. Você sussurrando chorando baixinho pra não me acordar..."


Enquanto eu cantava junto com a música acendi as luzes da casa porque a noite havia chegado, liguei a caixinha de som e conectei meu celular nela, eu dançava sozinha e cantava na cozinha guardando as louças quando a porta da frente se abriu e um Nathaniel suado com a camisa pendurada no ombro e o abdômen sarado totalmente exposto apareceu olhando surpreso para mim.


"Já é tarde vamos nos deitar se quiser conversar na nossa cama, sei que tudo isso passa você me abraça e a gente se ama. Eu não vou te trair com ninguém, meu amor você tem minha palavra, porque tudo o que um homem precisa eu tenho em casa."


Resolvi deixar o constrangimento de lado e sorrir ao mesmo tempo em que dava de ombros, ele riu.

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