Capítulo 75: Um menino nasceu

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Eu ainda sonhava com aquela noite, seus dedos tocando cada parte do meu corpo enquanto ele dizia que aquela barriga me deixava ainda mais sensual, tive um espasmo de sorriso enquanto dormia um sono leve e irrequieto que foi interrompido pelo som abafado de um pequeno estouro, eu ainda sorria quando abri os olhos e percebi que minha calcinha começava a ficar encharcada.


Levantei da cama num salto chamando por Nathaniel.


- O QUE HOUVE!? - Nathaniel perguntou se sentando na cama assustado.


- A bolsa estourou! - avisei e por baixo da camisola o chão ao me redor já se encharcava.


- Tá! - Nathaniel disse pulando da cama e acendendo as luzes, completamente em choque, parecia paralisado, seus olhos encontraram os meus com certo desespero que nunca antes vira em seu rosto. - E agora!?


Eu consegui rir com sua preocupação.


- Calma, vou tomar um banho quente, ainda não sinto nenhuma contração... - avisei.


- Não é perigoso!?


- É um banho, Nathan, sem perigo. Qualquer coisa eu te chamo, mas é bom acordar Isabela para deixá-la avisada!


As contrações iniciais pareciam muito com leves cólicas, bem espaçadas, terminei meu banho, vesti meu vestido e saí do banheiro.


- As malas da maternidade já estão no carro!


- Ótimo, precisamos ligar para a doula e a enfermeira, só vamos ao hospital quando elas acharem que é a hora... - avisei e senti mais uma contração chegando.


Apoiei na penteadeira, e aquela cólica já estava mais forte do que a última, não sei quantos segundos durou, nem vi Nathaniel massagear minhas costas, apenas quando ela passou.


- Como é? - ele perguntou nervoso mordendo o lábio inferior.


Eu sorri e depositei um selinho em seus lábios antes de responder.


- Por enquanto não são tão doloridas quanto achei, com certeza vai piorar... Mas vale a pena, nosso pequeno Rubem está chegando!


Nathaniel sorriu.


- Será que terá seus olhos? - Nathan perguntou.


Eu sorri de volta.


- Tomara que tenha os seus!


A doula e a enfermeira chegaram as seis da manhã, uma hora depois da bolsa ter rompido. Naquele ponto a dor já havia alcançado um nível maior do que eu já havia experimentado em toda vida, eu respirava da forma como havia sido ensinada enquanto a doula ora instruía Nathaniel nas massagens, ora ela mesma fazia.


Eu me esforçava em manter meus pensamentos sãos e meu corpo ativo. Sempre me lembrando de que valeria a pena, e clamando a Deus por força a cada nova contração, mas no intervalo das contrações eu conseguia rir, brincar e conversar tranquilamente.

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