Capítulo 2

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   A princesa chegou ao pátio como se fosse uma qualquer

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A princesa chegou ao pátio como se fosse uma qualquer. Não andava com arrogância, mas com a postura de uma menina - mulher - que passara anos seguindo uma etiqueta rígida. Mesmo com os guardas a acompanhando, sua aparência não era gritante, exagerada. Era simples, mas bonita e elegante. Ela se movia com fluidez, o que poderia ser útil em um campo de batalha, percebi. A trança oscilou sobre o seio direito enquanto ela escolhia uma espada de madeira para começar a treinar. Os homens da guarda a olhavam com admiração e respeito, ainda que alguns tivessem a audácia de a olhar com desejo. Aquela mulher não era para eles, para nenhum deles, ainda que ela levasse alguns para a cama quando quisesse. Era uma princesa, uma futura rainha e deveria se casar com príncipe ou um nobre rico. Ou até mesmo com um rei se ela fosse mesmo tudo aquilo que eu tinha observado nos últimos dias.

Ela usou aquela espada de madeira com determinação e equilíbrio, mesmo que fosse acertada e corrigida algumas vezes, afinal estava ali para isso. Efetuou golpes e giros impressionantes, indicando que devia treinar todos os dias sem falta. Agachei-me no telhado da torre mais próxima do pátio para observar melhor. Subir ali tinha sido um esforço tremendo. A altura era absurda. Seria melhor uma queda dali que sofrer as consequências por descumprir o acordo, percebi. Suspirei.

Observar a princesa não tinha sido uma tarefa ruim ou difícil. Ela era discreta e educada, não me parecia ser aquela ameaça toda que me alertavam - pelo menos a princípio. E então eu vi a determinação em seus olhos quando me procurou pela janela. Percebi o porquê de me colocarem ali. Perigosa. Ela era perigosa por esconder todo aquele temperamento sob uma fina camada de elegância e educação. Polida. Pronta.

Observei o treino inteiro. Mesmo suando e ofegante, ela não se rendeu um segundo sequer. Enfrentou os homens e agradeceu pela ajuda no final. Voltou para dentro. Saltitei sobre os telhados e voltei para a torre de onde observava seu quarto. Em poucos minutos, ela apareceu lá. A criada que a ajudava sempre desfez sua trança apesar dos seus protestos para que a deixasse. A mulher a despiu com delicadeza, deixando-a com uma roupa de baixo de seda, e a conduziu até o banheiro. Daí em diante foi um misto de tecidos e cosméticos até que a princesa estivesse dentro de um vestido longo pouco armado cor de rosa, com os cabelos presos em um coque e uma joia simples no pescoço. Ela não precisava de muito para impressionar. Não.

Esperei e esperei até o jantar terminar. Até meus músculos estarem doloridos. Até que ela voltasse e fizesse algo que eu pudesse relatar. Mas a princesa voltou cansada. Tão cansada que dispensou a criada imediatamente. A mulher pareceu ofendida, mas obedeceu. A princesa se despiu sozinha, ficando apenas de calcinha diante da janela, diante de mim. O ar foi sugado dos meus pulmões quando vi seus seios empinados, sua pele marrom impecável e suas curvas nada discretas. Cheguei mais perto. Por puro instinto. A luz das velas era refletida em sua pele imaculada. Os cabelos escuros caíam sobre os ombros. Parecia uma ilusão.

Fiquei tão distraído com a imagem que não notei quando duas sombras surgiram atrás de mim. Não notei até que braços fortes me seguraram, me rendendo. Chutes fortes me fizeram cair de joelhos. Até que ergui o olhar para a janela e vi a princesa envolta em um robe de seda. Virada para a janela, para mim.

Como se tornar uma RainhaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora