Capítulo 12

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   Preparei-me psicologicamente para o que viria depois que eu entrasse naquele salão de festas

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Preparei-me psicologicamente para o que viria depois que eu entrasse naquele salão de festas. Não fazia a mínima ideia de como agir, o que falar. Claro que a princesa tinha usado a aula daquele dia para me ensinar um pouco sobre o que fazer, mas ainda assim... ainda era a maldita corte que luxava com o sofrimento de muitos que estava ali dentro.

Ajustei a manga do casaco de veludo azul e respirei fundo. A criada da princesa tinha me ajudado a escolher a roupa adequada. Gama, apesar de ainda me olhar torto, me ajudou bastante. Escolheu o casaco, uma camisa branca e uma calça escura. Ela penteou meus cabelos para trás e passou um gel para segurá-los no lugar. Colocou também botas pretas brilhantes em meus pés. Eu me sentia um boneco. Não sabia como a princesa aguentava aquilo.

Dei um passo à frente e entrei no salão agitado. A princesa falou que os convidados entrariam pelas portas laterais do salão de festas. Pela escada adornada, apenas a família real desceria.

O salão era enorme. Foi a primeira coisa que percebi quando entrei. A segunda, foi que o rei não poupara esforços para aquele baile. Vasos grandes e cheios de flores amarelas e folhas de todos os tamanhos adornavam as mesas, bandeiras do reino enfeitavam o teto iluminado pelos lustres grandes de vidro e convidados e criados circulavam pelo espaço livre. Mais um passo e eu estava sobre um tapete gigante verde com a insígnia do reino em dourado. Mais um passo e uma criada baixinha me estendeu a bandeja com taças com champanhe em minha direção, o rosto voltado para baixo. Agradeci, mas neguei.

Procurei pela família real, mesmo sabendo que eles não tinham aparecido ainda. A princesa me disse que seu irmão gostava de entradas triunfais. A maioria dos convidados já devia estar ali, já que o salão estava cheio e as bebidas e comidas já rodavam. Os guardas mantinham sua posição perto das colunas com desenhos de dragões e chamas, ainda que alguns dos convidados insistissem em puxar assunto com eles.

Uma orquestra pequena já tocava músicas suaves. Um piano preto esperava sua condutora. A dama Kirnat ainda não estava ali, então. Não reconheci a maioria dos convidados. Eu tinha visto alguns no salão de refeições, mas não era próximo de nenhum. Vi os representantes de Vibrandt reunidos, usando o típico azul, mas variando nos trajes.

Caminhei com calma até um canto vazio perto de uma das colunas e esperei. Observei aqueles nobres ostentarem suas roupas armadas e adornadas, suas joias gigantes. A raiva revirou meu estômago. Deixei meu olhar dançar pelo salão de novo. No canto leste, dois tronos aguardavam o rei e o príncipe. Eu sabia que aquele à direita do maior não era para a princesa. Sabia que o rei sequer lembraria dos outros filhos aquela noite.

Como se os céus tivessem me ouvido, Kirnat surgiu de uma das portas laterais. Reconhecida por muitos da corte e por um guarda de olhos puxados, a dama de companhia da princesa atraiu muitos olhares. Ela usava um vestido armado azul marinho brilhoso, os cabelos ruivos meio presos em um penteado simples e o rosto corado ressaltando os olhos verdes. Cumprimentou todos os convidados que falaram com ela e sorriu timidamente para o guarda que não tirava os olhos dela. Ele fez uma reverência demorada com a cabeça. Ela ficou ainda mais vermelha. Quase sorri diante da cena.

Como se tornar uma RainhaOù les histoires vivent. Découvrez maintenant