Capítulo 39

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   — Puxa o ar devagar — Adler pediu

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   — Puxa o ar devagar — Adler pediu.

   Era madrugada do último dia de viagem de volta para casa. Eu tinha acordado com uma maldita falta de ar e taquicardia. Estava um pouco enjoada também. Adler dormiu ao meu lado todos os dias. Ele sabia que eu não estava bem.

   Tentei seguir suas instruções. Eu tremia inteira. Estávamos em uma tenda, a pouquíssimos quilômetros do castelo. Ele estava sentado diante de mim, no colchonete que dividíamos.

   Adler pegou minha mão e beijou meu rosto.

   — Está indo bem, deusa. De novo.

   Uma vontade enorme de chorar me atingiu em cheio e eu solucei. Sem saber mais o que fazer, joguei meus braços no pescoço de Adler e o abracei. Ele me puxou para seu colo e me confortou, beijando meu ombro e pescoço.

   Então começou a cantarolar uma música infantil enquanto me embalava, como se eu fosse mesmo um bebê. Eu ri em meio à confusão de lágrimas, suor e tremedeira.

   — Desculpa — disse baixinho assim que consegui controlar o choro.

   — Não tem por que se desculpar, deusa. — Enxugou meu rosto com os polegares. — Nada disso é culpa sua.

   — Se eu não fosse tão...

   — Não faça isso. — Beijou meu nariz. — Prometa que vai continuar a se cuidar mesmo em Tullin.

   — Prometo.

   Adler me embalou até que eu dormisse em seu colo. Acordei com ele gemendo de dor por conta da posição desconfortável na qual dormiu para me manter em seus braços. Eu era tão grata por ele...

   Saltei de cima dele e fiz com que deitasse de novo.

   — Temos que partir.

   — Durma mais um pouco. O sol ainda não nasceu. — Não era mentira. Pus um cobertor sobre ele e assisti enquanto seus olhos se fechavam. Cantei a mesma música para ele.

   Assim que ele pegou no sono, eu saí da tenda. Eu não estava preparada para lidar com o que me esperava. Foi esse o motivo da minha crise. Eu passei a vida me preparando e de repente não estava pronta. Pensar nisso quase me fez chorar de novo, mas eu respirei fundo. Eu me sentia fraca, inútil e burra.

   Olhei para o céu, que clareava aos poucos com a chegada do dia, e suspirei. Fiquei assim, sem pensar em nada, por um bom tempo. Até o sol nascer. Kirnat foi a primeira a acordar. Minha amiga saiu de sua tenda e veio me dar um beijo na cabeça.

   — Bom dia, amiga.

   — Bom dia, Kir. — Sorri para ela.

   Ela me analisou por meio segundo e notou.

   — Outra crise?

   Anuí. Kir sentou ao meu lado, perto da fogueira que os guardas montaram na noite anterior.

Como se tornar uma RainhaWhere stories live. Discover now