Como assumir o trono de Tullin tendo meu próprio pai, o rei, e o meu irmão, o príncipe, como opositores?
Tullin, meu amado reino tomado por escravidão e rodeado por guerras.
Já não bastasse a boa dose de ansiedade e o fardo da impotência que me aco...
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Segui pelas terras de apoiadores que eu sabia que podia conquistar e fiz minhas propostas. Eu ia me ferrar todinha se não conseguisse o que prometia. Mas a prioridade era o povo. Se eu conseguisse apoio para o que queria fazer, daria um jeito de conseguir o resto.
Diplomacia e mais diplomacia até a hora do almoço. Cheguei de volta no castelo exausta e o dia mal tinha começado. Passei no quarto apenas para tomar um banho e me arrumar para falar com Rasset. Pelo menos eu tinha conseguido o apoio de mais três lordes. Com certeza conseguiria mais assim que voltasse de Vibrandt.
Tinha que conseguir.
Finalizei meu coque trançado e saí do quarto. Àquela hora, Rasset devia estar voltando da cavalgada. Fui para a entrada do castelo e sentei em um dos sofás, esperando-o de pernas cruzadas. Esvaziei minha mente, pondo uma expressão impassível no rosto. Tamborilei os dedos no encosto do sofá. O meu alvo entrou pelas portas largas acompanhado por dois soldados fora do horário de trabalho. Riam de algo que Rasset dizia. Eles me viram primeiro, puseram uma expressão séria e se curvaram. Fiquei de pé assim que o senhor Heswin virou-se para mim e deixei-o se curvar antes de dispensá-los. Era bom ver homens como ele curvados para mim.
— Alte...
— Preciso falar com você. Em particular. — E sorri para os outros meninos para os tranquilizar. Eles quase desmaiaram.
— Como quiser.
Indiquei com a cabeça o corredor central e ele me seguiu.
— Sem guardas hoje? — perguntou, apoiando a mão no cabo da espada que carregava.
— Pretende me matar ou algo do tipo? — devolvi.
Ele balançou a cabeça, nada surpreso com minha resposta.
— Presumo que seja importante.
— Claro que é. Eu nunca me submeteria a falar com você por espontânea vontade.
Ele deixou seu desgosto claro em sua expressão. Não me importei. Paramos em um salão quieto, afastado.
— Não precisa se sentar. Serei rápida — deixei claro. Ele estava visivelmente incomodado. Abri um sorriso arrogante. — Descobri uma coisa muito interessante sobre você, senhor Heswin.
— Ah? — Franziu o cenho.
— Me diga: como conseguiu esconder de todos nós que era casado? — perguntei casualmente.
Rasset enrijeceu da cabeça aos pés e ficou pálido. Bem, aquilo era prova o suficiente.
— Alteza, e-eu juro que não tem nada disso.
— Você finge muito mal — comentei, limpando as unhas. — Eu já sei a verdade, então, por favor, não toma muito nosso tempo. Já mandei soldados irem até a sua propriedade buscar uma carta com sua esposa.
