Capítulo 21

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   Acordei com a luz do sol esquentando meu pescoço

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   Acordei com a luz do sol esquentando meu pescoço. Devo ter esquecido de fechar as cortinas, pensei. Espreguicei-me antes de abrir totalmente os olhos. Eu levei um tempo para lembrar da noite anterior. Acordar cedo sempre me deixava desorientada. Sentei na cama. Olhei para o lado e vi Adler dormindo no pequeno divã, apoiado no minúsculo encosto. Sua cabeça pendia para o lado e seu peito nu subia e descia de forma regular. Observei a insígnia real e as cicatrizes.

   Tocar suas costas não foi tão terrível como imaginei, mas chorei do mesmo jeito. Eu gostava de suas cicatrizes, mas odiava o que as tinha causado. Odiava o fato do meu pai não se incomodar com aquilo. Odiava dar passos de tartaruga todos os dias em direção ao meu objetivo e vê-lo cada vez mais distante.

   Olhar em seus olhos verdes enquanto ele contava sobre sua vida tinha sido tão doloroso e honesto que acabei desabando quando o toquei. E eram os olhos mais lindos que eu vira.

   Ele me consolou, conversou comigo e se preocupou. Sorri enquanto ficava de pé. Gama surgiu do banheiro e balançou a cabeça para mim.

   — Eu não sabia que ele estava aqui então deixei outra criada trazer os suprimentos para o banho e ela pode já estar espalhando por aí que dormiu com seu tutor. Sinto muito, Alteza — sussurrou.

   — Relaxa, Gama. Não me importo.

   Sentei à beira do divã e toquei o ombro nu de Adler. Na noite anterior eu tinha me demorado analisando seu torso. Repreendi-me por aquilo. Eu não podia deixar o desejo me controlar naquele momento, fui idiota.

   — Ei, acorda. — Sacudi seu braço.

   Adler abriu os olhos e gemeu de dor ao erguer o pescoço.

   — Merda — murmurou. Pôs os olhos verdes nos meus. Meu coração errou uma batida. Eles estavam ainda mais claros sob a luz do sol. — Eu não deveria ter dormido.

   — E eu deveria ter pegado um sofá mais confortável.

   Ele sacudiu a cabeça, mas um pequeno sorriso tomou seus lábios.

   — Meu pai ficará feliz em saber que dormiu aqui — comentei enquanto ia para a mesa, onde o café da manhã esperava.

   Adler vestiu a camisa e murmurou algo inteligível.

   — Devo ir. Desculpa por...

   — Senta e come — sugeri, indicando a outra cadeira. — O boato já está circulando o castelo.

   Ele suspirou, mas sentou diante de mim.

   — São rápidos, hein?

   Eu ri.

   — Demais.

   Servi-me com café puro e um pouco de bolo. Adler encarava-me. Ergui uma sobrancelha para ele.

Como se tornar uma RainhaHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin