Capítulo 28

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   Eu não queria começar o terceiro livro que Athena me emprestou

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   Eu não queria começar o terceiro livro que Athena me emprestou. Aparentemente era erótico demais para uma leitura de madrugada. Eu tinha acordado depois de um pesadelo sobre aquele terrível período de escravidão. Fiquei diante da ampla janela do quarto pensando em nada até notar que não tinha sono nenhum. A lua estava alta no céu e não tinha nenhum indício de que o dia estava chegando. Iríamos viajar em breve. Passar duas semanas na estrada para um reino totalmente novo.

   Suspirei e peguei uma camisa no vestiário. Eu precisava me ocupar. Eu já tinha feito as malas, então iria me entocar na biblioteca. Vaguei pelos corredores meio trôpego. Considerei invadir a adega real - onde quer que ficasse -, mas não precisava de mais motivos para ser chicoteado.

   Soltei o ar quando fechei as portas da biblioteca atrás de mim. O ambiente vazio me confortou. Duvidava que alguém naquele castelo sombrio estivesse acordado àquela hora. E se estivesse, não pisaria na biblioteca.

   A forma como a luz prateada da lua incidia dentro da sala tornava tudo ainda melhor. O silêncio era quase sepulcral.

   Pus-me a andar entre as estantes, procurando algo bom para ler. Enquanto passava pela seção de não-ficção, ouvi um barulho baixo que parecia um farfalhar de tecido. Parei de andar e foquei em ouvir. O som vinha das estantes mais adentro. Caminhei silenciosamente, buscando a fonte do som. Segui o segundo ruído: mais um farfalhar suave. Apressei o passo para não perder o rastro. Quem diabos estaria ali? Seria um invasor? Era melhor estar preparado para qualquer coisa.

   Entrei na seção entre romance e ficção geral.

   E vi um objeto voar em minha direção numa velocidade incrível. Tive sorte de ter um reflexo bom e desviei bem a tempo. O livro atirado passou rente ao meu cabelo. Xinguei baixinho ao erguer o corpo e dar de cara com Athena. Ela ofegava, assustada.

   — Tá com a pontaria em dia, Alteza. — Abri um sorriso involuntário assim que pus meus olhos nela.

   Ela relaxou visivelmente quando notou que era eu e colocou o segundo livro que segurava na estante ao lado. Aproveitei o momento para observá-la. Porra, nem de madrugada ela deixava de ser elegante. Meu sangue esquentou. Usava um robe longo de cetim rosa claro com renda nas pontas das mangas e na barra, os cabelos escuros estavam completamente soltos, pendendo sobre os ombros, e seus pés calejados estavam nus, tocando o chão. As únicas coisas que me incomodavam - preocupavam - eram as olheiras.

   — Merda, quase me matou! — Levou a mão ao coração.

   — Você quase me matou — corrigi, pegando o livro do chão.

   Cheguei perto dela, agarrando o livro com força para evitar erguer a mão para afastar uma mecha rebelde que caía sobre seu rosto. A beleza dela sob a luz da lua era tentação o suficiente para me fazer grunhir sem motivo aparente.

   — O que você tá fazendo acordado? — Tomou o livro da minha mão e guardou-o ao lado do outro.

   — Pergunto o mesmo — minha voz estava rouca. Merda.

Como se tornar uma RainhaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora