Como assumir o trono de Tullin tendo meu próprio pai, o rei, e o meu irmão, o príncipe, como opositores?
Tullin, meu amado reino tomado por escravidão e rodeado por guerras.
Já não bastasse a boa dose de ansiedade e o fardo da impotência que me aco...
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Diabo de mulher astuta.
Eu resmungava isso mentalmente enquanto a observava ler atentamente um dos livros que pegamos. Estava concentrada, os olhos mel dançando sobre a folha. Às vezes ela transcrevia algo em seu caderno com uma caligrafia desenhada, organizada.
Era a princesa ali. Eu não me importava de verdade com a diferença que ela traços entre suas "duas personalidades". Eu admirava as duas.
Athena mordiscou o lábio cheio de novo. Fazia isso quando estava perdendo o controle sobre algo. Deslizei meu olhar por seu pescoço cheio de sinaizinhos pretos, seu decote discreto revelando a curva perfeita de seus seios e... Voltei a olhar para seu rosto.
Diabo de mulher bonita.
Ela notou minha atenção e me encarou de volta. Minha respiração saiu do controle, mas nenhuma alteração ficou evidente nela. Athena olhou para meus lábios e eu achei que fosse me beijar, mas apenas voltou para meus olhos.
— Achei umas boas informações aqui. — Fechou o livro e concentrou-se em mim. — Encontrou algo?
Trinquei o maxilar.
— Eu não estava exatamente concentrado.
— Ah, sei. — Sorriu e esticou a mão para afastar uma mecha de minha testa. Seu toque me esquentou.
— Sabe que me tocar depois dessa troca de olhares é de uma maldade sem tamanho, não sabe?
Ela riu e o som reverberou por meus ossos. Afastou-se.
— Preciso ir. — Inclinou a cabeça. — Vou me preparar para o almoço. Me deseje sorte.
— Não precisa disso.
Ela piscou para mim e saiu desfilando. Observei-a ondular os quadris até que sua imagem sumisse. Suspirei. Decidi terminar de ler o maldito romance. Era bom, eu tinha que admitir.
Deixei a biblioteca em seguida. Estava planejando ir treinar um pouco para esvaziar a mente. Eu andava pensando demais em coisas que não deveria - Zoe, Samir, Athena, o rei - e tudo me incomodava. Precisava dispersar alguma energia.
Caminhei tranquilamente pelo corredor longo até ser parado por um apertão no ombro. Por reflexo, girei o corpo rapidamente e quase soquei quem me tocou. Rasset abriu um sorrisinho irritante.
— Calma aí, tigrão!
— O que você quer? — perguntei, impaciente.
Eu detestava aquele cara. Especialmente depois do que ele falou de Athena na outra noite. Meu sangue ferveu.
— Bom dia para você também.
— Fala logo. Estou sem tempo — fiz questão de ser o mais desagradável que consegui.