Como assumir o trono de Tullin tendo meu próprio pai, o rei, e o meu irmão, o príncipe, como opositores?
Tullin, meu amado reino tomado por escravidão e rodeado por guerras.
Já não bastasse a boa dose de ansiedade e o fardo da impotência que me aco...
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Nada doeu mais que ouvir os gritos de Athena, do que sentir seu choro. Ela me protegeu com o próprio corpo e aquilo... nunca me senti tão incapaz.
Ela estava inconsciente ao meu lado na enfermaria do castelo. O inferno explodia do lado de fora e eu não podia ligar menos. Eu só sabia que Farian tinha se virado contra o pai.
Estiquei-me e toquei a mão dela. Minhas costas doíam, ardiam, especialmente depois que a enfermeira aplicou o remédio. Kirnat e Gama estavam conosco, ajudando a enfermeira. Kir não parava de chorar. Gama tentava acalmá-la.
Olhei para as costas da minha deusa. Foram duas chicotadas pesadas. Suas belas costas antes imaculadas agora tinham rasgos grandes e sangrentos. Eu odiava aquele homem. Eu o mataria pessoalmente. Não importavam as consequências.
Acariciei a mão dela.
Athena abriu os olhos. Estavam vermelhos pelo choro. Ela apertou minha mão de volta.
— Ei, deusa. — Sorri para ela. — Como está se sentindo?
Seus olhos voaram para as minhas costas. Encheram-se de lágrimas.
— Ei. Olhe para mim.
Ela obedeceu e engoliu o choro. Minha deusa forte.
— Me perdoa — sussurrou.
— Pare. Não é culpa sua.
— Não pensei que meu pai fosse capaz de... — sua voz falhou.
— Não pense nisso agora. Está com fome?
— Estou um pouco enjoada.
Kir apareceu e se ajoelhou entre nossas macas.
— Eu amo tanto vocês. — Ela segurava o choro. Beijou nossas testas. — O que querem que eu faça?
— Traga um pouco de comida para nós.
— Claro. Vou chamar Gama.
Athena olhava ao redor, curiosa.
— O que está acontecendo lá fora?
— Deusa, acalme-se. Você precisa se recuperar.
Ela ia insistir, mas acabou desistindo ao olhar para as minhas costas de novo.
— Olhos nos meus — pedi. Ela atendeu. — Estamos bem. — Apertei sua mão.
Ela anuiu e continuou me olhando até Kir e Gama trazerem comida. Elas nos ajudaram a sentar e comer. Eu não tirava os olhos de Athena. Ela estava cansada, debilitada. Segurava uma toalha para cobrir sua nudez e tentava não demonstrar a dor que com certeza sentia. Porque eu sentia.
Tivemos que levar alguns pontos e os remédios faziam tudo arder.