Capítulo 13

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   Já estávamos naquela tortura havia três horas quando meu pai ficou de pé e ordenou que todos prestassem atenção nele

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   Já estávamos naquela tortura havia três horas quando meu pai ficou de pé e ordenou que todos prestassem atenção nele. Eu ouvia uma conversa entediante entre os senhores Galawin e Heswin. Na verdade era mais uma disputa para ver quem atraía mais meu interesse. Rasset mantinha-se afastado, observando o pai discorrer sobre suas minas e seus escravos, suas riquezas e seus projetos. Galawin se gabava da proximidade com meu pai, com o fato de ter me visto crescer e das propriedades. Quis dizer aos dois que eram ridículos e que não mereciam nada de mim além de meu desprezo, mas deixei que falassem. Estavam bêbados e me subestimavam o suficiente para acreditarem que eu não usaria aquelas informações ao meu favor. Então os deixei falar.

   Mas até eles se calaram quando meu pai ficou de pé. Preparei-me para aquilo, para o baque que eu sabia que viria. Olhei ao redor, procurando meus irmãos. Omaria estava com a boca cheia de doces, elétrica, do outro lado do salão. Twod estava ao lado de uma menina que parecia ter a idade dele. Pela forma como o olhava, ela estava ansiosa para que o rei falasse logo e a deixasse voltar para o que conversavam. Phrisnerin ainda estava com Adler. Eu os vi transitar entre as mesas mais cedo, conversando. Pelo menos ela não se sentiria perdida aquela noite.

   Pelo menos eles não seriam atingidos com um golpe. Eu não precisava olhar para Farian para confirmar minhas desconfianças, mas virei os olhos para meu irmão mesmo assim. Ele estava ao lado do meu pai, um sorriso arrogante lhe tomava os lábios. Engoli em seco.

   — Gostaria de agradecer pela presença de todos vocês nessa noite tão importante.

   Ele nunca falava assim nos aniversários do resto dos filhos.

   Aplausos.

   — E gostaria de dizer ao meu filho o quão orgulhoso estou dele — Voltou-se para Farian, os olhos cruéis brilhando. Apertou seu ombro. Meu estômago se revirou. — É um grande homem, meu filho. Por esse motivo, meu presente para você também tem que ser grandioso — Estalou os dedos para o criado atrás do trono, que se aproximou com um pedaço de papel na mão. Eu soube o que era antes de ouvir meu pai anunciar. — Isto, Farian Derlinn, é uma recompensa por seu esforço pelo bem reino. Como meu segundo filho, não tinha direito direto à disputa à coroa. Isso muda de hoje em diante — Estendeu o papel para meu irmão e o ar me faltou quando o sorriso de Farian se estendeu. — Farian, assim como sua irmã, você terá direito de apresentar suas propostas ao Conselho e concorrer à coroa de Tullin.

   Aplausos. Soube que houve aplausos porque vi, não porque ouvi. Meus ouvidos só captavam minhas batidas aceleradas, o rugido em meu sangue. Meu pai abraçou meu irmão. Meu estômago se revirou de novo e tudo o que pude fazer foi piscar quando parte dos convidados se voltou para mim. Minha boca secou, minhas mãos suaram. Ele não podia ter feito aquilo. Na frente de todo mundo, por minhas costas.

   Achei que fosse vomitar. Desviei o olhar dos dois e vi Phrisnerin olhando-os com surpresa, os olhos arregalados. Vi Adler me olhando com cautela e... dó. Os representantes de Vibrandt ergueram as sobrancelhas. Abri a boca para puxar o ar, mas ele me faltou. Tenho certeza que fiquei pálida. Senti uma mão tocar minhas costas e deixei que me guiasse. Sabia que era Rasset quem me tirava do meio daquela confusão, mas não me importei.

Como se tornar uma RainhaWhere stories live. Discover now