Como assumir o trono de Tullin tendo meu próprio pai, o rei, e o meu irmão, o príncipe, como opositores?
Tullin, meu amado reino tomado por escravidão e rodeado por guerras.
Já não bastasse a boa dose de ansiedade e o fardo da impotência que me aco...
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— Princesa Athena. — O homem alto e bigodudo, que eu presumia ser o tal comandante Canavieri, com quem eu tinha trocado cartas algum tempo atrás sobre uma possível reunião para discutir interesses, cumprimentou-me com um aceno.
— Deve se curvar diante... — Delan começou, mas eu o interrompi.
— Não se preocupem com isso. Não precisamos de tantas formalidades, certo? — Abri meu sorriso diplomata para os três revolucionários de mim.
Estávamos no ponto de encontro determinado por eles - uma estalagem simples bem na tríplice fronteira. Saímos logo depois do nascer do sol. Chegamos no fim da manhã. Estávamos no bar vazio do local. Tínhamos dispensado até o atendente corpulento. Parecíamos apenas viajantes comuns, cansados. Os três revolucionários não vieram sozinhos. Estavam acompanhados por sete guardas fortemente armados, como os meus, mas eles ficaram do lado de fora, já que os três também estavam com armas e pareciam bem capazes de se defender. Também deixei boa parte de meus guardas do lado de fora, espalhados do lado de fora. Apenas Adler, Delan e outro guarda entraram comigo. Kir e Gama estavam seguras em um quarto, aguardando.
Os três diante de mim eram bem diferentes um do outro. O comandante Cavanieri era o segundo na liderança geral do Grupo Revolucionário de Fresiv. Ostentava uma expressão cansada e segura. Os outros dois eram sua conselheira, uma mulher baixinha e elegante, e seu melhor guarda, um cara ilegível e narigudo.
— Sou o comandante Canavieri, esta é a conselheira Visbe e este é o guarda Brendt.
Eu já sabia. Tinha feito meu dever de casa, mas sorri e cumprimentei todos como se não tivesse lido a sobre suas vidas inteiras. Apresentei os três que me acompanhavam e nos sentamos ao redor de uma mesa grande. Nós quatro de um lado e os outros três do outro. O comandante ficou à minha frente.
— Fiquei surpreso quando recebi sua carta. Não imaginei que a família real de Tullin tivesse interesse em uma guerra civil.
Eu conhecia políticos demais para reconhecer uma armadilha.
Abri um sorriso que podia ser confundido com inocente por olhos desatentos.
— Bem, não represento a família real de Tullin, senhor Canavieri. Represento os meus interesses, como pretendente do trono — deixei claro. — Além disso, acredito que guerra em si não interesse a nenhum de nós aqui, mas entendemos o seu contexto e respeitamos a luta por direitos básicos.
Eu sabia que tinha dado a resposta certa, mesmo com a tentativa de Canavieri de se manter inexpressivo. A sua conselheira pareceu me ver de verdade pela primeira vez desde que pisou naquele bar. Ela jogou vários documentos e mapas em cima da mesa.
— Essas são as atualizações de nossa situação — explicou.
Passei os olhos rapidamente por todos aqueles papéis. Meu almoço seria bem agitado.
