Como assumir o trono de Tullin tendo meu próprio pai, o rei, e o meu irmão, o príncipe, como opositores?
Tullin, meu amado reino tomado por escravidão e rodeado por guerras.
Já não bastasse a boa dose de ansiedade e o fardo da impotência que me aco...
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Acordei com ela ao meu lado. Isso foi motivo o suficiente para me fazer ficar encarando-a dormir por um longo tempo. Sua respiração estava suave. Ela estava a alguns centímetros de mim, de lado, suas lindas costas voltadas para mim. Nua, apenas os braços e as costas descobertos. Os cabelos negros estavam espalhados pelo travesseiro. Era mesmo uma obra de arte. Parecia mentira. Parecia uma ilusão, um sonho.
O dia anterior só podia ter sido um sonho. As marcas que deixei em sua pele me mostravam que era realidade. Eu guardaria aquele dia no fundo da minha alma.
Aproximei-me delicadamente e rocei meu nariz em seu pescoço - onde a marca de minha mordida ainda estava -, respirando-a. Era o cheiro mais delicioso e excitante e perfeito porque era o cheiro dela. O cheiro que ficou em mim no dia anterior, que dominou meus sonhos. Athena se arrepiou e grunhiu. Subi meu nariz até seus cabelos e deixei um beijo aí, próximo a sua orelha. Ela abriu os olhos e o mel voltou-se para mim. Ainda bem que eu estava deitado, pois teria caído de joelhos se eu estivesse de pé enquanto aquele olhar me fosse dirigido. Intenso, carinhoso. Ela sorriu.
— O que está fazendo?
— Admirando você.
Seu sorriso aumentou e ela virou-se para mim, puxando meu braço para sua cintura.
— E isso você sabe fazer como ninguém. — Deu um beijo em meu queixo.
Em resposta, deslizei a ponta dos dedos por suas costas. Ela arrepiou de novo e chegou mais perto, encostando a cabeça em meu peito, aconchegando-se em mim. Uma sensação de paz me invadiu. Ela não se mexeu. Eu também não. Apenas ficamos abraçados, em silêncio.
— Qual a programação de hoje?
— Vou me inteirar dos horários do rei, de seus compromissos.
— Achei que fosse fazer a proposta logo. — Não consegui esconder o tom de ciúmes. Idiota, eu sabia.
Ela ergueu o rosto para mim e estreitou o olhar.
— Preciso planejar como vou fazer isso primeiro.
— Está me contando um plano antes de realizá-lo? — perguntei, surpreso.
— Vamos, não se sinta tão importante — brincou, sentando-se e gemendo em seguida. — Merda.
Sorri ao perceber que aquilo era culpa minha.
— Você fica rindo, não é, safado? — Jogou um travesseiro em mim e eu gargalhei. — Não é você quem precisa manter anos de etiqueta usando um vestido e saltos enquanto conversa com o rei.
— É bom saber que vai lembrar de mim quando mexer qualquer músculo. — Dei um sorriso cafajeste. — E é melhor no contexto em que estará diante do rei lembrando do que fizemos ontem.