7.

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- Slender... Elevador! – foi tudo que consegui entender antes que a conexão entre os nossos rádios falhasse de vez. A voz de Tanya foi completamente abafada pelo chiado.

Peguei o meu carrinho de limpeza  e deixei o quarto. No corredor, vi o letreiro luminoso indicar que o elevador estava no segundo andar... terceiro. Eu estava no quinto.

Apalpei o bolso e senti o gravador ali
Droga! Esqueci de colocá-lo em um esconderijo apropriado. O elevador estava no quarto andar, não daria tempo!

- Que se dane. – murmurei e voltei ao cômodo.

Coloquei o gravador embaixo do criado mudo e dei play. Pude ouvir as vozes masculinas vindas do corredor e engoli em seco. A porta se abriu, rolei para debaixo da cama e prendi a respiração.

- Só... pense no assunto. Isso será ótimo para a nossa empresa. – era a voz de Slender. Um arrepio trespassou pela minha coluna ao ouvir a voz do homem.

Depois, a porta se fechou e Slender caminhou pelo quarto. Observei seus sapatos de couro preto pararem em frente a cama. Com um grunhido, tirou os sapatos, ficando de meia. Logo depois se foram as calças, paletó, blusa... Tudo para o chão. E por fim, sua cueca box preta.

Certo. Eu definitivamente não queria ter presenciado a cena de Slender se despindo, mas para um homem de certa idade, ele até que tinha belas panturrilhas. E foi tudo que me atrevi a ver, juro!

Logo, Marco Slender caminhou preguiçosamente até o banheiro e fechou a porta. Okay, era hora de ir embora.

Rolei para fora da cama e finalmente soltei a respiração. O barulho do chuveiro sendo ligado veio do banheiro. Rapidamente, engatinhei até a porta e sorrateira como uma gata abri -a sem fazer nenhum ruído. Deixei o quarto em segurança. A primeira parte do plano estava completa! E sem nenhum desastre!

Soltei o ar em lufadas lentas, sentindo o sangue quente finalmente esfriar e o coração desacelerar. Agora só faltava a segunda fase.

*

No outro dia, ali estava eu novamente, pronta para completar a meu plano e colher os resultados dele. Verifiquei o corredor mais uma vez, certificando-me de que estava vazio. Entrei e para a minha surpresa, o quarto estava completamente arrumado.

Dei os ombros. Isso só facilitaria o meu trabalho! Fui até o grande jarro de flores e comecei a procurar pelos meus escutas. Havia escondido um especialmente ali entre o botão de uma flor.

Franzi o cenho quando havia investigado cada flor daquele ramo e não encontrara meu escuta. Estranho. Eu tinha certeza absoluta ter escondido um exatamente ali!

O pânico realmente só me abalou quando havia procurando em mais cinco lugares e não encontrado nenhum escuta.

- Tudo bem, está tudo bem. – disse a mim mesma forçando meu cérebro a trabalhar numa solução. Não queria pensar que Slender havia achado os meus escutas e agora desconfiava que alguém o espionava. Não, era melhor ignorar esse fato por hora. Coloquei as mãos sobre a testa. Precisava de uma solução. Uma simples solução.

- O gravador! – cantarolei sorrindo e aliviada por lembrar de algo. Agachei-me embaixo do criado do mudo,  e tateei até meus dedos encontrarem algo sólido e gelado. – Rá, ele ainda está aqui!

Antes de me levantar junto com o gravador, os meus olhos captaram um papel amassado embaixo da cama. Curiosa e ávida por qualquer informação, agarrei o papel e desamassei, lendo-o imediatamente.

Querido Homero,
Sinto muito pelo mal entendido. Como seu Padrinho, eu...

- Espera. – coloquei o dedo sob o queixo. A carta fora endereçada para Homero e claramente havia sido enviada por Slender. Não, alguma coisa não estava se encaixando. – Se a carta foi enviada para Homero, porque estaria no quarto de Slender?

A não ser que eu tenha cometido o erro de... Não. Não. Não.

- É, Cupcake. Esse não é o quarto de Slender. – disse uma voz logo acima de mim. Fechei os olhos, mal acreditando que aquilo era real. Havia sido pega em flagrante.

O pior é que para a minha surpresa, eu infelizmente reconhecia aquela voz.

***

Tudo Pela ReportagemWhere stories live. Discover now