10.

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Usei a escada de emergência mais uma vez, para evitar de encontrar com o meu síndico asiático e furioso. Levantei a janela do corredor e me joguei para dentro do apartamento com tanto desânimo quanto o de uma lesma.

Desabei no chão e ali fiquei. Seth veio correndo até a mim do seu jeitinho desengonçado e começou a lamber o meu rosto.

- Você é único que não me abandona. – sussurrei. – Obrigada, amiguinho, estava precisando de um beijo.

Seth se sentou ao meu lado e virou o rosto, como se perguntasse: Qual o problema com a minha dona? Por que ela está triste?

- Humanos são tão complicados, Seth. – sentei-me no chão e trouxe ele para o meu colo. – Na verdade, humanos são estúpidos e inseguros que não conseguem nem ao menos confiar na própria namorada! Humanos idiotas! Dramáticos, infantis, bonitos, românticos e... E... Nossa tem bochechas coradas tão adoráveis!

Seth latiu.

- Desculpe, tem razão, perdi a linha do pensamento.

Senti um cheiro doce vindo da cozinha e estreitei os olhos.

- O que temos aqui, Seth? – sussurrei no ouvido dele. Levantei-me num salto com ele ainda em meu colo. – Parece que é o pivô do fim do meu relacionamento. – anunciei quando vi um gigantesco buquê de rosas na bancada da cozinha. Seth e eu nos aproximamos nas flores e ele começou a espirrar.

- Oh, sinto muito! Você é alérgico a flores! – larguei-o no chão e ele enfiou o focinho na sua vasilha de água.

Ao lado das flores havia um cartão aberto e largado no balcão de qualquer jeito. Brad provavelmente tirara todas as suas erradas conclusões daquele cartão. Ele nem deveria ter aberto o cartão das flores que eram para mim.

Receosa peguei o cartão em minhas mãos e li:

Querida Elizabeth,

As flores são uma oferta de paz. Quando nos encontrarmos da próxima vez espero que seja melhor do que nos restaurantes ou no hotel – por falar nisso, sinto muito pelo incidente no quarto do Sr. Barruell, aquele ruivo é um completo idiota. Espero te ver em breve e assim poderemos esclarecer tudo. Temos muito o que conversar.

Ansiosamente, H.S.

Abaixei o cartão controlando-me ao máximo para não berrar de frustração.

Homero Smith.

Aquele ser maligno enviado das profundezas do submundo. Ele tinha sido o motivo pelo qual o meu namorado terminara comigo!

Tudo bem, Brad havia exagerado um pouquinho. Ele podia ao menos ter me dado o benefício da dúvida! Mas por culpa de Homero, agora eu precisava arranjar um jeito de contar a Brad a verdade.

- Eu vou mata-lo. – disse a Seth. – Eu juro que vou matar aquele empresário riquinho. "Ah, Elizabeth, sinto muito pelo o que aconteceu no hotel..." - fiz uma voz grossa imitando Homero. - Aliás, como ele conseguiu meu endereço? Mais um motivo para eu matá-lo.

Seth latiu para mim e esperei que tivesse dizendo: Eu te ajudo a esconder o corpo, humana!

Peguei o meu celular e tentei ligar para Brad.

- Oi, no momento eu não posso atender. Se for qualquer pessoa menos a Elizabeth, deixe seu recado após o sinal. E for a Elizabeth, vá embora e não deixe recados, por que eu disse que nunca mais queria vê-la! – arquejei e encarei o celular, chocada. Impetuosamente, esperei pelo bipe. Meu orgulho estava ferido, mas eu não desistiria tão fácil. – Bradley, eu sei que você está aí e está me ouvindo. Você Entendeu tudo errado e está me fazendo quase implorar! Se fosse qualquer outra pessoa, eu já teria desistido há muito tempo. Então por favor...

Tudo Pela ReportagemWhere stories live. Discover now