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Olá, meu povo! Sim, estou aqui  com o aviso de que o capítulo está enorme. Não, esse está enorme mesmo. 11 mil palavras. Queria dividir, mas não teria tanto sentido. Então, prepara o lanchinho, deita ou senta confortavelmente para ler esse capítulo, pq ele vai ser de longe o mais tenso do livro. E eu ainda estou dando esse pequeno recado aqui em cima. Não pulem o meu textinho, ou pulem e voltem depois para ler, se ansiedade for grande demais!

Seguinte, meus amores, eu amo fazer vocês rirem. Amo mesmo, fico realizada quando acham a história engraçada e diverta, era a minha intenção desde o começo. Mas, eu preciso dar algo para vocês além do entretenimento. Esse capítulo vem com crítica sobre a condição da mulher (focando na mulher pobre) em meio social. Poderia dissertar por horas sobre esses e outros assuntos, mas prefiro passar a mensagem nas entrelinhas e deixar a reflexão com vocês. Pode ser? Espero que sim <3.

E, por último, tentem não me odiar depois desse capítulo. Sei como é frustrante quando a história não segue o caminho que esperávamos, mas acontece. Também tive vontade de desistir dos meus livros favoritos e gritar com as minhas escritoras favoritas várias vezes, então entendo vocês. Mas não desistam de TPR ainda, tudo bem? Prometo que vou recompensar tudo depois!

***

Antes mesmo de abrir os olhos, eu ouvi as vozes delas. Ainda semiconsciente me mexi, sentindo-me zonza. O corpo estava pesado e lento. Decidi que era melhor continuar deitada. Estremeci de frio, apesar de sentir o ambiente quente ao meu redor. 

- Acho que ela está acordando. – ouvi alguém dizer.

- ¡Díos mio!, afastem-se. Deixem-na respirar. – ordenou mais alguém.

Abri os olhos, piscando para me acostumar com a luz repentina. Dezenas de olhos me encaravam de volta. Muitos rostos diferentes para que eu pudesse contar. Gemi novamente, lembrando-me dos acontecimentos antes de desmaiar.

A vã. O homem encapuzado me jogando no veículo. Um pano laranja que roubou a minha consciência. Quem dera tudo aquilo fosse um sonho ruim e eu acordasse no hotel, com os braços de Homero ainda ao meu redor.

Sentei-me na cama baixa, porém confortável, onde me encontrava. Conferi a sala ao redor. Era uma espécie de galpão com tamanho médio, preenchido com camas improvisadas, algumas sacolas de roupas e mochilas espalhadas pelo local. Por último, haviam elas. Eram em média cinquenta, avolumadas ao lado da minha cama, os olhos arregalados e expressões curiosas.

- Hola. – uma delas falou primeiro, cumprimentando-me em espanhol.

- Oi. – forcei meus lábios a sorrirem. – Onde estamos?

A garota não soube responder. Virou-se para as outras e comentou algo na outra língua. Como não dominava o idioma, não entendi uma palavra do que discutiam. Ao meu lado, a garota de cabelos cacheados deu lugar a outra, de cabelos lisos, pele morena e olhos puxados.

Ela hesitou.

- Você é americana, certo? – afirmou, meio incerta. Olhou sobre o ombro para suas companheiras, dando um sorriso sem graça. – Elas não falam inglês. Sou umas das únicas que consigo.

- Ah. – foi tudo que eu consegui dizer.

- Qual é o seu nome?

- Elizabeth.

Ela continuou me fitando, encantada. Estendeu a mão na minha direção, sorrindo jovialmente. Deveria ter a minha idade.

- Gabriela.

Minha mão encontrou a sua.

- Muito prazer, Gabriela. – eu me mexi na cama, cruzando as pernas. Tentei ser racional e manter a calma. Primeiro aceitei o fato de que não era um sonho: eu fora raptada por Jill Tretton. Precisava me situar. Precisar pensar. – Por acaso tem alguma ideia de onde estamos?

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