Demorou algum tempo até Rivers se acalmar e decidir que me matar não era a melhor das escolhas.
Fiona muito bondosamente cedeu sua cadeira para mim e sentei-me ali, esperando Rivers desinfetar os seus sapatos aparentemente caros para me explicar o que significava tudo aquilo.
— Desculpe. — pedi fazendo uma careta enquanto ele se debruçava sobre os pés e os limpava, torcendo o nariz de nojo.
Na verdade, havia uma partezinha de mim – tudo bem, uma parte enorme – que não sentia nem um pouco de remorso por ter vomitado nos pés de Rivers. Não é como se ele não merecesse, afinal.
No entanto, para evitar mais desavenças, se é que isso fosse possível, achei melhor me desculpar.
— Não se dê ao trabalho — ele retrucou. — Sei que está curtindo este momento.
Ah, pode apostar que eu estou. Dei um sorriso diabólico, mas tratei de tirá-lo do rosto antes que alguém percebesse. Pigarreei.
— Não, é sério, não fiz por querer. Foi o cheiro do cachorro-quente...
— Ele vai sobreviver, Elizabeth. Não se preocupe. — a garota que trouxera os cachorros-quentes plantou sua cadeira ao lado da minha e deu um sorriso quase assustador.
Seus cabelos pretos e crespos estavam presos em duas tranças, seus olhos eram igualmente escuros e grandes. Os braços estavam repletos de pulseiras coloridas, cada uma de suas unhas estava pintada com uma cor. Era tanta informação em uma só pessoa que fiquei atordoada. Ela continuou tagarelando: — Eu não sei se já comentei, mas sou uma grande fã! Desde que começamos a monitorá-la fico impressionada com as coisas que você faz!
— Obrigada... Eu acho. A quanto tempo estão me monitorando?
— Basicamente desde de Las Vegas — contou a menina. Ela estendeu a mão na minha direção, fazendo com que as pulseiras em seus braços chocalhassem. — Esqueci de me apresentar: Eu me chamo Tora!
Apertei sua mão ainda meio assustada pelo sorriso enorme e na aparente obsessão da garota por mim. Tora não tirava os olhos do meu rosto e quase não piscava.
— Em Las Vegas, nós não monitorávamos você em especial — Isaac explicou. — Fazíamos parte do grupo maior, da operação grande.
— Esse pequeno grupo aqui foi uma ideia do Mike — complementou Fiona.
— Tudo bem, mas vocês não são jovens demais pra fazer parte do FBI? — questionei-os.
— Não somos do FBI. Estamos pagando serviço ao FBI, era isso ou 200 horas de trabalho comunitário. – disse Fiona.
— Somos hackers, sabe? — Isaac explicou. — Invadimos sites que não deveríamos e o governo acabou descobrindo. Pensaram: Ei, por que não usar a inteligência desses bastardos para algo útil? E aqui estamos nós — ele deu os ombros.
— Entendi... — na verdade eu estava só começando a entender toda aquela loucura, mas não queria que me tomassem por lerda, então fingi que tudo era bastante normal e cheio de sentido... O que não era verdade. Nunca tinha ouvido falar que o FBI "contratava" adolescentes. Ajeitei-me na cadeira. — E agora vocês são minha equipe?
— SIM! — Tora comemorou. Passou os braços ao redor do meu corpo e me apertou em um abraço. Fiona revirou os olhos, desaprovando a ação da menina. — Vamos trabalhar para você! Isso não é demais?
— É... Claro que é!
Depois que Tora me soltou, levantei o indicador.
— Uma dúvida: Por que eu preciso de uma equipe mesmo?
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Tudo Pela Reportagem
ChickLitPLÁGIO É CRIME - Todos os direitos reservados a Maria Augusta Andrade © Não autorizo qualquer reprodução ou uso do conteúdo desse livro. Tentativas de plágio serão denunciadas, como já foram antes. #1 ranking de comédia por 4 semanas ✨ (08/02/2020)...