9.

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- É uma história engraçada, sabe. – disse a Joey. Ele me encarou de maneira descrente.

- Você está me vendo rir?

Levantei o dedo.

- Isso é porque eu ainda não contei a história!

Joey ergueu a sobrancelha, seu rosto adquirindo aquele tom vermelho-estou-prestes-a-ter-um-ataque-de-nervos.

Eu estava tão ferrada. Pigarrei e resolvi abrir o jogo:

- Eu juro que tenho um motivo perfeitamente aceitável para não ter conseguido nada no NoMad Hotel. – dei um sorriso que parecia mais uma careta. Tanto a carta e os escutas quanto o gravador não continham nada de especial. Todo o meu trabalho fora em vão.

O meu chefe inspirou fundo um trago do seu cigarro e expeliu a fumaça enquanto me encarava com seus olhos miúdos. Pela expressão fechada, não estava satisfeito. Ele balançou a cabeça com desgosto.

- Eu tinha tanta fé em você, Elizabeth... – meu coração apertou com o medo. Joey tocou o queixo, pensativo. - A culpa é minha. A Reportagem é muito para você. Talvez eu devesse dá-la para um time trabalhar, não uma única e inexperiente garota.

Teria doído menos se Joey tivesse me dada um tapa na cara. Quando ele se levantou, na intenção de me dispensar, eu saltei da cadeira e entrei em seu caminho.

- Joey, Joey! Ei! Eu ainda tenho tempo. Vou conseguir. – segurei os ombros dele, para que não pudesse fugir de mim. – Por favor, não desista.

Joe estreitou os olhos.

- Eu quero uma declaração em vídeo de Slender. Você consegue isso para mim?

Engasguei e dei alguns passos para trás.

- Nós não temos o direito de publicar uma declaração assim! Isso seria crime.

- Só me consiga as provas, e eu cuido de todo o resto.

Fitei o meu chefe.

- Há alguma coisa que você esqueceu de me contar sobre A Reportagem, Joey?

Ele engoliu em seco e balançou a cabeça fervorosamente, empurrando-me para sair de sua frente.

- Não, não! Você sabe de tudo! Eu... eu só preciso de provas, Lizzie. Se não tivermos nada consistente contra ele, Slender vai contornar a situação. Então nós sairemos como mentirosos. – Joey deu algumas batidinhas na minhas costas, enquanto eu ficava parada no lugar. Minha mente era um embaraço de pensamentos confusos. – Vamos lá, Lizzie. Eu quero acreditar que você consegue isso. Então me dê alguma coisa útil. Ou serei obrigado a tomar a pior das decisões.

Em outras palavras, isso significava Elizabeth usando uma fantasia de cachorro-quente e distribuindo panfletos na Times Square. Demissão!

Abri a boca para protestar, mas desisti. Joey estava mentindo, havia algo que ele não estava me contando. E isso era bem importante.

- Tudo bem, Joey. Vou tentar dar o meu melhor. – murmurei franzindo o cenho e perguntando-me se a fantasia de cachorro-quente era no mínimo confortável.

- Ótimo, ótimo. Não me decepcione! – ele praticamente me enxotou para fora da sua sala. – O seu tempo está passando, então corra!

Sem cerimônias fechou a porta na minha cara, deixando-me sozinha no corredor. Gemi em desespero e me arrastei até o meu reservado.

O que vou fazer agora?

Não tinha nem ao menos um plano do que fazer em seguida. A festa beneficente seria naquele dia, mas eu estava completamente desanimada para bolar uma ideia genial e conseguir me infiltrar na mansão de Slender.

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