Renesmee

Capítulo 22 - Revivendo

Demorou mais saiu! Já tô preparada e ansiosa pros comentários de vocês! Boa leitura pãezinhos de mel ❤️

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- Não se movam! - Papai falou para todos, alguns se preparavam para atacar, outros para fugir - eu estava apenas estática, meu coração martelava no meu ouvido tão alto que a voz de Edward parecia uma suave música de fundo. Era como se eu pudesse sentir cada gota de sangue fluindo pelas minhas veias, e cada batida acelerada do meu coração parecia lenta e espaçada, mesmo que não estivesse. Parecia que tudo estava acontecendo em câmera lenta, os movimentos de cada um, o animal que se prostava do outro lado, o vento. Apenas meus pensamentos iam rápido, voando em opções inimagináveis para a cena de agora ser realmente real. A voz de Edward novamente sussurrou em um grito beirando desespero - Ele é cego, mas consegue nos escutar e farejar!

- Stefan, devemos ir, irmão. Não será dessa vez que derrotaremos a corja italiana. - Vladmir deu um passo para trás sem tirar os olhos da fera, mas Stefan segurou seu braço quando viu a besta virando a cabeça na direção deles percebendo a pequena agitação.

- Mesclem seu cheiros com os dos lobos, agora! - Jasper tentou falar o mais baixo possível, mas ainda atraiu certa atenção do bicho. Todos tentaram agarrar os lobos e esfregar seus braços em seus pêlos - e por mais que fosse uma ação contra toda a lei natural (ou sobrenatural, no caso) vampiros e lobos estavam empenhados naquilo, tentando confundir o olfato sensível daquela coisa inibindo um pouco seus cheiros -, menos eu.

A fera continuava parada no meio do gramado, farejando e mexendo as orelhas pontiagudas, fazendo pequenos círculos em volta de si própria. Aquilo não era possível.
- Renesmee, mescle seu cheiro em Jacob. - Minha mãe mandou, já fazendo o mesmo. Jacob tinha seus olhos fixos em mim, mas eu não liguei. Parecia estar tão focada no animal, que nada a minha volta poderia me distrair. Ele levantou ligeiramente o focinho, mostrando os dentes para alguma direção aleatória e pude sentir meu coração acelerar ao ver o tamanho deles.

A coisa virou a cabeça em minha direção, molhou os lábios e deu mais dois passos ao meu encontro. Eu já não sabia mais o que pensar.

- Não faz diferença mãe, meu coração bate, e ele sabe. - E estava o escutando nesse momento, provavelmente pensando em como o arrancaria do meu peito.

- Ele não tem consciência, não posso ler seus pensamentos. Seria como ler o que se passa na cabeça de um coelho. - Meu pai falou baixinho, provavelmente também escutando a minha mente que não conseguia parar de trabalhar. - Alice?

- Não vejo seu futuro também, estou tentando. - Ela sussurrou, os olhos vagos tentando buscar por alguma centelha do futuro. - Jasper?

- Só sente raiva e desejo de matar. Não sei se consigo manipular suas emoções. - Dúvido muito que algo o acalmaria nesse momento. - Nessie?
Olhei em sua direção, desviando os olhos do animal pela primeira vez. Eu o quê?

- Tente manipular suas vontades. - Carlisle falou atrás de mim, como se lesse meus pensamentos de forma errada.

- Pelo amor de Deus como eu vou manipular as vontades de um lobisomem? - Perguntei mais para mim do que para outra pessoa. - Oh não.

O bicho, que estava apoiado com as patas dianteiras no chão, se colocou sob as patas traseiras levantou a cabeça em direção a lua e uivou. Não era um uivo como o de Jacob ou da matilha, era algo frio, doloroso e cruel. Abaixou a cabeça com seus olhos brancos e cegos e começou a avançar na minha direção. Todos estavam tensos, e começaram a se mover para um possível ataque. Meu corpo se mexeu involuntariamente para longe dele, mas era lento demais.

- Fiquem longe da sua boca e garras! Protejam Renesmee! - Edward gritou e todos se espalharam no campo tentando não ser o próximo alvo dele, meu corpo finalmente acordou e eu pude me distanciar. - Renesmee preciso que você tente!

Respirei fundo e tentei implantar vontades na sua mente, era algo completamente novo para mim. Eu precisava de muita concentração e não podia me distrair tentando me esquivar.

Mãe, vou subir nas suas costas, me ajude a ficar longe dele.

No mesmo momento ela correu em minha direção, pulei nas suas costas e ela correu comigo para longe de suas garras.

Edward, Jasper e Alice avançavam coordenadamente contra ele, os lobos tentavam morder as patas sempre que possível, deixando o bicho mais raivoso. Os outros tentavam chamar a atenção para lugares distintos, fazendo barulhos altos para que ele ficasse confuso e não saber em que direção atacar. Alguns permaneciam estáticos com a cena, perfeitas estátuas de mármore.

Nada do que eu tentava parecia funcionar, estava começando a ficar com raiva, e o lobisomem mais ainda.
Tentei pensar em como Aro o estava controlando, e eu só conseguia associar a Jane e Alec. A névoa escura da irmão bruxo deveria deixá-lo anestesiado quando transformado. Não tínhamos como fazer isso, nem esperar ele voltar a forma humana, a lua estava alta, cheia e brilhante no céu, demoraria horas demoradas demais, era muito arriscado. Também tinha Jane e sua dor mental, mas será que eu poderia fazer isso? Nunca havia feito, mas não custava nada tentar.

Foquei minha mente por completo no animal grotesco, tentando reproduzir da forma mais verosímil possível o pior tipo de dor e agonia que eu poderia causar a alguém. Tentei enviar os pensamentos como se a dor estivesse no corpo todo: vários ossos se quebrando, seu corpo sendo perfurado em diversos locais e nada, o bicho nem sequer se incomodou. Maldito seja. Tentei fritar sua mente, como se estivesse levando choques e ele finalmente esboçou alguma reação. Ganiu alto e levou as patas dianteiras a cabeça, tropeçando alguns passos e se distraindo do que estava acontecendo á sua volta.

Foi o suficiente para Leah pular em seu pescoço e cravar os dentes lá, o animal se debateu incontrolavelmente e cravou as unhas no seu flanco direito. A loba caiu gemendo e toda a matilha se enfureceu ao sentir a dor dela. Embry foi rápido ao arrastar Leah para longe do lobisomem antes que as próximas coisas a se cravarem nela fossem seus dentes.

- Nessie, faça novamente! - Papai gritou antes de investir em um novo ataque.

O momento colidiu perfeitamente, enquanto ele novamente agonizava de dor, Zafrina deu um chute em suas pernas junto com suas irmãs, o pegando desprevenido, Jasper pulou em sua cabeça e meu pai agarrou um de seus braços. Quando seu corpo pendeu para frente pela falha dos joelhos, os membros saíram com o som de carne sendo rasgada. A cabeça rolou alguns metros e o braço ainda estava nas mãos de Edward. O corpo jorrava sangue vermelho e viscoso, que também havia sujado quem estava mais próximo da cena.

A clareira entrou em silêncio absoluto enquanto Benjamin ateava fogo no corpo peludo e Carlisle ajudava jogando os membros que foram arrancados na fogueira de pele e pelo.

- Aro. - Papai rosnou um milésimo de segundo antes do som de palmas ecoarem do lado da clareira de onde o lobisomem havia surgido, atraindo a atenção de todos nós.

- Novamente reunindo traidores, Carlisle? - Caius também caminhou para fora da proteção das árvores, sua voz era repugnante e irônica.

Os mantos negros eram muito, muito mais numerosos do que nós. Todos aqueles olhos escarlate tinham ódio e ansiedade quase que palpáveis.

Procure por dons novos.

Mandei o pensamento para Victor e Eleazar.

- Ora ora, quantos rostos novos! - Aro observava atentamente cada um de nós com um sorriso falso nos lábios. - Oh, mas alguns estão faltando... Onde está a belíssima Rosalie e o indestrutível Emmett?

- Viajando. - Carlisle respondeu somente. Aro revirou os olhos.

- Meu amigo, não sabe que sou curioso? Uma resposta tão curta e rala dessas não me satisfaz nem um pouco. - Estalou a língua. - Edward, porquê não me conta tudo o que perdi nesse tempo?

- Acredito que primeiro você poderia satisfazer a nossa curiosidade, Aro. O que faz aqui? - Perguntei com a voz firme. Ele não me intimidava sozinho, - por mais que sua guarda estivesse ali, eu ainda o via como uma figura destacada no meio de uma multidão - e nesse momento minha coragem parecia ter aumentado a níveis estratosféricos.

Seu olhar focou em mim e um pequeno gritinho saiu da sua boca em O, enquanto ele se comovia colocando a mão no peito. Como eu odeio esse teatrinho.

- É a pequena Renesmee?! - Perguntou para o meu pai, mesmo que já soubesse a resposta - Mas que mulher esplêndida ela se tornou! Permita-me dizer que está até mais bela do que a sua companheira, Edward.

Nos mantivemos em silêncio, esperando que ele dissesse o motivo da visita.

- Realmente não sabem esperar. - Gargalhou. - Oh, queridos, são tantos motivos que eu poderia fazer um lista! Vejamos... A aproximação de vocês com lobisomens, o contato com Johan, e, é claro, a quebra do nosso acordo no qual combinamos que Renesmee não teria contato com o mundo humano. Vocês a matricularam em uma escola, ignorando tudo o que foi dito.

- A matriculamos porque ela tem total controle dos seus atos. É uma adulta e é responsável. - Jasper se pronunciou.

- Isso deveria ter sido consultado! Vocês são muito insolentes ao pensarem que podem tomar tais decisões sozinhos! - Caius bravejou.

Alguns rosnados de ambas as partes foram ouvidos, todos esperavam o momento para pularem no pescoço do primeiro que vissem pela frente.

- Não queremos um confronto, Aro. - Carlisle falou, e eu me vi transportada para sete anos atrás. Será que sairíamos bem desse encontro novamente?

Aro suspirou e estendeu a mão com a palma para cima em direção ao meu pai.

- Já é hora, Edward. - Afirmou. Papai suspirou e foi caminhando sozinho na direção de Aro e toda a guarda Volturi. Tentei com meus poderes ainda desconhecidos eliminar qualquer pensamento que desejasse machucá-lo, forçei em suas mentes empatia por nós, e desconfiança para o que Aro falava. Estava torcendo para que desse certo.

Pareciam horas inteiras os segundos que se passaram com Aro segurando as mãos do meu pai. A tensão no ar era forte e eu estava nervosa pois não conseguia saber se havia conseguido influenciar o pensamento de tantas pessoas.

Minha mente já não via tudo em câmera lenta. Havia acelerado, e agora era tudo rápido demais, confuso demais, com lacunas demais. Não conseguia acompanhar todas as reações e sentia que estava perdendo alguma coisa.

- Parabéns, Carlisle! Sua nova neta é uma graça... Mas será que Rosalie suportará a tentação de transformar a pequena Nita em uma criança imortal? - Passou as dedos pelos lábios - Temos tanto a falar, amigos, mal sei por onde começar. Vejamos... Ah, sim! Precisamos punir o que já foi feito para depois evitar o que ainda poderá ser realizado. - Levantou o olhar brilhante e maléfico na nossa direção, mas falava com a sua guarda. - Precisamos acabar com nosso inimigo, amigos. Precisamos matar os lobos.