Renesmee

Capítulo 35 - Confusão

Eu ainda estava estática, parada, estagnada, olhando para o horizonte onde Jacob havia sumido.

Meus pais estavam ao meu lado falando coisas que simplesmente não puxavam em nada minha atenção.
Minha cabeça ecoava o que eu não queria acreditar: Jacob foi embora.
Era difícil imaginar o quão grande, absurdo e impossível era esse ato para um lobo fazer com seu impringt, mas havia acontecido. E ao mesmo tempo que eu sabia da minha parcela de culpa, eu queria matar Jacob por me culpar de forma tão dura por algo que eu fiz sem nem ao menos estar completamente consciente.

- Idiota. - Pensei alto, sentindo as lágrimas começarem a escorrer por minhas bochechas. Não sabia se estava xingando a mim ou a ele.

- Filha, venha, vamos tomar um banho e depois falamos sobre isso. - Mamãe afagou meu cabelos, e ,quando concordei, passou o braço por minhas pernas me pegando no colo e subindo para a suíte dela. Sua banheira foi se enchendo de água quente enquanto eu me despia. Deitei e apoiei minha cabeça, fechando os olhos e chorando em silêncio.

- Como ele pode fazer isso mãe? Ele nem ao menos me deixou explicar... Ele teria entendido se eu explicasse, eu poderia mostrar.

Ela afagou meus cabelos novamente e colocou minha mão em sua bochecha como fazia quando eu era pequena.

Passei para ela toda aquela noite, o momento em que conheci Anthony, os drinks, a boate, seus beijos e o desentendimento do elevador e na porta do meu quarto. No final eu inseri uma pergunta: Eu sou tão ruim como ele pensa que eu sou?

- Claro que não, meu amor. Você foi induzida a isso sem nem perceber, Nessie. Esse vampiro claramente ultrapassou limites e você o impediu. O seu erro foi sua ingenuidade, querida, e nada além.

As lágrimas continuavam a descer sem a minha permissão.

- E o ciúmes de Jacob fez com que ele tenha se precipitado. Não quis te escutar, a reação dele foi não ouvir, cada um reage de uma forma. Não fique dessa maneira, filha, as coisas vão se ajeitar.

Concordei com um balançar de cabeça sem acreditar muito naquilo. Ela depositou um beijo delicado em minha testa e se levantou.

- Se precisar de mim estarei lá embaixo, vou te dar um pouco de privacidade.

- Obrigada, mãe.

Era tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo que eu agradeci pela enorme quantidade de informações que me proporcionaram pensar em qualquer outra coisa que não fosse Jacob.

Quando estávamos voltando para casa pelas estradas de Seattle meus pais me contaram tudo o que aconteceu enquanto eu estive desacordada. Depois de derrotarem aquele último lobisomem que havia sido torturado por Jane para se transformar em uma noite sem lua cheia e dizimarem a maior parte da guarda Volturi que estava também no campo de batalha, eles correram para Volterra, onde Caio e as esposas estavam escondidos com poucos guardas. Stefan e Vladmir ficaram felizes em terminar com a corja italiana com suas próprias mãos, para logo em seguida assumirem a liderança do mundo vampírico como faziam antes de Aro.

Alguns nômades amigos deles estão ajudando a espalhar a notícia pelo mundo e alguns aliados nossos ficaram em Volterra para ajudar os novos líderes a organizarem algumas coisas. Violet tinha ficado, mas prometeu vir me ver em algumas semanas.

Era reconfortante saber que não seríamos mais ameaçados por Aro ou Caius ou Jane ou Felix ou qualquer um dos Volturi. Estavam todos finalmente mortos. Ainda era um pouco inacreditável, mas todos teríamos tempo para nos acostumar com isso.

Nahuel, que tinha ido com Rose e Nita para La Push quando minha família foi para a Espanha, ficou sabendo do que o pai fez comigo e com suas irmãs. Não lamentou a morte de Johan, apenas se desculpou pelo situação causada pelo pai. Estava envergonhado com tudo o que aconteceu e tinha preferido ficar no porão desde que ele e Rose retornaram. Eu ainda não tinha encontrado com ele e respeitei seu espaço.