Renesmee

Capítulo 23 - A caminhada da morte

Passou um milésimo de segundo desde que as palavras de Aro foram ditas, e a corrida em busca de um oponente já havia começado, todos dispararam em uma corrida sanguinária e desesperada, a adrenalina na clareira era tão grande que podia quase ser visível.

Eu só conseguia focar no meu pai, tão mais a frente, tão no meio da guarda inimiga, tão desprotegido. E em Jacob, o lobo que eles provavelmente iriam focar em matar. Como eu poderia proteger os dois ao mesmo tempo, como eu poderia escolher um dos dois?

Não se importem com a presença deles, não o vejam, não o toquem, não se importem com a presença deles, não o vejam, não o toquem...

Eu pensava como um mantra direcionado a todos os Volturi, um mantra que era aplicado para os dois enquanto corria na direção do meu pai para ajudá-lo - Jacob tinha mais aliados a sua volta e eu sabia que Jasper e Alice me ajudariam a protegê-lo. Foi uma decisão quase que inconsciente, acredito que mais inteligente. Antes de saber que eu havia me decidido, já estava correndo na direção do meu pai.

Edward lutava com um vampiro que eu nunca havia visto, e antes que eu chegasse até ele, o adversário já havia perdido um braço. Agradeci aos céus por meu pai ser um ótimo lutador e ter conseguido se virar muito bem até que eu pudesse chegar para dar algum suporte.

Eu e mamãe o alcançamos quase juntas, provavelmente tivemos o mesmo pensamento sobre ele estar desamparado no meio da guarda inimiga. Enquanto ela arrancava a cabeça do vampiro sem braço que não havia parado seu ataque, me pus na frente de um outro que vinha atacar por trás. Interceptei um chute que pegaria em cheio no meu pai, agarrando sua perna, rotacionando e o jogando no chão. O finalizei como aprendi nos treinos e toda a adrenalina da luta estava latente em cada veia do meu corpo, meu corpo pulsava todo com aquilo. A luta real era muito mais excitante, e por mais que todos nós estivéssemos em perigo, eu não poderia negar que aquela sensação era incrivelmente boa.

Haviam vários vampiros a nossa volta sedentos por nossas mortes, mas éramos realmente bons e sabíamos proteger a nossa retaguarda. Aproveitei o gosto que tomei por lutar para lidar com a situação. Sofri um pequeno arranhão em algum momento, o que fez os adversários próximos ficarem distraídos com o cheiro do meu sangue - foi a deixa perfeita para despedaçá-los. Só naquele momento, devíamos ter abatido mais de cinco Volturi.

- Precisamos ajudar os lobos! - Gritei quando pude olhar em volta e vi que o escudo da minha mãe havia desprotegido grande parte dos aliados com a distração ao ajudar meu pai.

Jane machucava alguns, Alec eu não tava encontrando, mas torci para seu corpo já estar despedaçado na fogueira que estava visivelmente maior - eu só torcia para que não houvesse nenhum aliado nosso empilhado ali.

Félix e Demetri se aproveitaram da inexperiência de alguns lobos novos, e eu podia ver alguns corpos peludos sem vida no chão. Aquilo me machucou absurdamente, não conseguia nem imaginar como estava sendo para seus companheiros. Deveria ser terrível estar nas suas mentes, vendo com seus olhos, sentindo a lucidez escapar de você enquanto o breu vazio te preenche. Nunca mais ouvir aquela mente, nunca mais compartilhar pensamentos. Era como perder uma parte de si mesmo, e eles não tinham nem um segundo para ficar de luto pelos irmãos perdidos. Precisavam continuar lutando para que não tivessem mais perdas.

Aro havia conseguido, cada lobo havia morrido um pouco, mas não da maneira que ele havia planejado.

Olhei a guerra ao meu redor. O ar estava denso com o cheiro ocre das estátuas de mármore sendo queimada. A lua permanecia alta no céu é o vento gelado do norte criava uma neblina leve por todo o local. A cena era digna de filme de terror, com personagens de terror e ações também aterrorizantes. O barulho eram quase metálico e poucos gritos eram ouvidos - por vitoria ou derrota, não soube diferenciar. A luta não parava por um segundo e eu me vi parada no meio da clareira. Meus olhos focaram em Jane e eu sabia que precisava matá-la, ela e a quem oferecia maior risco a minha família e amigos.