Capítulo 29 - Dor

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  Oi meus pãezinhos de mel!!! Perdão pela pausa na história, minha criatividade estava péssima e eu não queria entregar algo mal feito e forçado.
Boa leitura e comentem bastante pq vocês sabem que eu amo as opiniões de vocês. Beijoss

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     - Não acredito que você fez isso! - Exclamei enquanto ria horrorizada pelos feitos de Violet.
   
     - Ah Nessie, eu só me fingia de bruxa porque eu precisava, ok?
  
     Gargalhei alto, Alice e Emmett amariam essa vampira.
   
     - Violet, precisar de dinheiro para conseguir roupas sobre medida não é lá uma necessidade, né?
   
     Ela me olhou pasma, levando a mão ao peito como se eu tivesse falado o maior absurdo possível.
   
     - Mas era no século dezessete, não era fácil achar uma boa costureira! E eu não sou persuasiva como você, não poderia chegar pedindo docilmente para ela fazer um vestido ultracaro para mim sem ter um centavo no bolso. - Bufou e jogou as mãos para o alto como ela costumava fazer quando era contrariada. Parecia uma criança birrenta e era adoravelmente fofo.
    
     Passei apenas um dia com Violet e já estava completamente apaixonada pelo jeito dela de ser. Talvez por me lembrar Alice e sua obsessão por roupas e o jeito espivitado ser, ou talvez apenas por ser engraçada e ter trocentas histórias malucas para compartilhar.
   
     Em 24 horas ela me contou tanta coisas dos seus séculos de existência que eu ainda estava tentando assimilar.
     
     Violet havia nascido em uma tribo viking no século nove, na Noruega. Havia participado de uma invasão a Inglaterra ainda quando menina pois sabia cuidar de feridos, foi capturada pelos ingleses que a chamavam de Violet, pela cor dos seus olhos ser quase violeta dependendo da luminosidade. Cresceu sendo serva de um senhor qualquer e fugiu depois de conseguir roubar algum dinheiro. Foi transformada na mesma noite, enquanto atravessava uma floresta a cavalo fugindo dos homens que o senhor havia colocado atrás dela.
  
     O vampiro que a criou queria que ela fosse sua aliada para dominar áreas de caça e ela ocupou esse papel por muito tempo, mas se cansou do pensamento pequeno do seu criador e decidiu ir além da Inglaterra.
   
     Desde então já visitou quase todos os países do mundo, já lutou em diversas guerras apenas para se alimentar dos humanos feridos - ela achava que isso era um gesto de piedade. Ela se divertia assustando humanos, que criaram várias lendas em cima dela. Por conta dela os marinheiros morriam de medo das sereias cantoras que naufragavam navios, também foi chamada de ninfa no interior da Europa pois tinha o costume de nadar nua para atrair olhares de futuras presas. Ela era realmente criativa.
   
     Depois da minha caçada que resultou em nosso encontro, havíamos ido ainda mais para o interior de Portugal, ultrapassando a fronteira com Espanha em direção a uma boate que ela tinha ido alguns meses atrás.
    
     Eu tinha contado para ela sobre o episódio de Las Vegas e ela estava louca para conhecer o lugar. Tinha comentado que tinha conhecido Las Vegas uns quinze anos atrás, e depois de roubar alguns cassinos decidiu manter a cada longe de lá por algum tempo. Ela até gostava de lá, mas preferia New York - apesar de reclamar que é um lugar cheio de câmeras. Pra manter a privacidade ela ter se divertido visitando as periferias de cada cidade por onde passa, afirma ser mais fácil de achar pessoas que merecem seu beijo da morte.
    
     Violet me prometeu que essa boate que ela estava me levando era bem mais tranquila e dançante do que a de Vegas, e tenta vir sempre que está por perto.
    
     - Precisamos de roupas para mais tarde. - Falou enquanto tirava as minhas poucas roupas da pequena mochila. Estávamos deitadas na enorme cama do Hotel em que estávamos em Córdoba. Passamos a noite correndo até chegarmos aqui, para não termos que invadir a casa de ninguém como Violet queria, entrei educadamente em um hotel onde convenci a recepcionista a nós dar um ótimo quarto.
   
     Violet sabia que eu tinha um dom, mas na sua cabeça era apenas persuasão e não passaria disso. Não tive vontade de dizer o quão persuasiva eu poderia ser. Ela era super legal e simpática, mas eu sabia que não podia confiar em ninguém logo de cara. Preferi me manter reservada e falar pouco sobre a minha vida, o que ela respeitou muito bem e compensou falando mais sobre as suas aventuras milenares.
   
     Aproveitei para comer no hotel, pedi tudo no quarto já que não queria deixar Violet perto de humanos. Ela era realmente controlada, mas não queriamos arriscar tantas gargantas inocentes na sua frente.
   
     - Podemos ir em alguma loja que você goste. - Comentei enquanto terminava meus cookies e waffles que pedi para o lanche.
    
     Ela abriu uma frecha da cortina para conferir se o sol já havia se posto e se animou quando viu o céu crepuscular.
    
     - Então acaba de comer essa gororoba fedorenta logo, já tenho várias idéias para nossas roupas!
    
    Revirei os olhos e sorri. Meu telefone tocou ao meu lado e eu atendi no automático ainda olhando Violet escolher uma roupa minha para vestir.
    
     - Oi mãe. - Era sempre ela que ligava.
    
     - Oi Nessie. - A voz de Jacob falou do outro lado da linha e eu congelei por alguns milésimos de segundo. - Por favor não desligue.
    
     - O que você quer? - Perguntei não tão fria quanto eu pretendia parecer. Eu estava curiosa na verdade. E brava. Ele não tinha respondido minha mensagem e... Bom, o que eu estava esperando? Ele mostrou não ser um príncipe encantado, burra sou eu de esperar algum cavalheirismo notável de sua parte.
    
     - Saber como você está. Dizer que sinto sua falta. - Ouvi seu suspiro do outro lado da linha e podia jurar que ele estava andando de um lado para o outro passando a mão nos cabelos. - Espero que não seja muito tarde para pedir desculpas.
    
     - Estou bem. - Respondi somente. Não queria desculpar ninguém no momento, não estava pronta ainda.
    
     - Renesmee, o que você acha? - Violet perguntou algo sobre sua roupa, ignorando o telefone grudado no meu rosto. Levantei a mão para ela pedindo um minuto e ela bufou.
     
     - Tem alguém ai? Você não está perto dos Volturi, está? - Jacob falou tão rápido que eu quase não entendi. Oh, ótimo, agora está preocupado.
     
     - É apenas uma amiga, Jacob. - Disse. - Olha, se era apenas isso que você queria saber...
     
     - Não, espera. - Suspirou novamente - Se importa de dizer onde está? Eu estou realmente preocupado, sua mãe também, mas você sabe como aquela ali é cabeça dura, por mais que queria saber ela quer respeitar o seu espaço. Mas não faria mal algum ela saber, só para que pudesse relaxar mais. 
    
     Suspirei também. Eu não estava dizendo onde estava, era verdade. E se algo acontecesse comigo seria bom meus pais terem uma ideia de por onde eu passei. Não estava cumprindo direito o que tinha combinado com Bella também. Na cabeça dela eu provavelmente ainda estaria em algum lugar na América. Não era justo com ela.
    
     - Diz pra ela que eu estou realmente bem, Jacob. Vou passar a noite em Córdoba, ainda distante nos Volturi, ok? - Minha vez de passar as mãos nos cabelos - Se eu dair da região aviso para ela. Obrigada por ajudar a manter ela tranquila. 
     
    Eu estava odiando essa conversa. Odiando ter que falar para Jacob onde eu estava. Ele é bem capaz de querer vir atrás de mim e essa é a última coisa que eu quero no momento. Respira Nessie, ele está a meio dia de distância - de avião. Antes que ele sonhe em me encontrar eu já estarei bem distante. Iria me dar o luxo de passar essa noite me divertindo sem pensar em nada disso, depois eu veria como me livrar de uma possível procura de Jacob.
    
     - Obrigado Nessie. Fica bem, eu te amo. - Ele ainda estava na linha.
   
     - Você também. Tchau, Jacob. - Desliguei e telefone. Quem eu estava enganando? Eu sentia falta dele, muito. Eu estava negando isso pra mim mesma. Merda.
      
     Escutei Violet tossindo nada discreta.
     
     - O que foi isso? - Perguntou se sentando ao meu lado obviamente curiosa.
      
     - Um relacionamento mal resolvido. - Levantei da cama e troquei de roupas não querendo abrir margem para mais perguntas. - Ainda vamos ás compras?

***

     Depois de rodar várias lojas, voltamos para o hotel apenas para nos arrumar. Violet fugiu alguns minutos para se alimentar enquanto eu tomava banho. Ela era cheia de regras próprias, só matava pessoas que faziam mal para a comunidade, me lembrou papai em sua época justiceira quando novo. Enquanto ela saiu aproveitei para tomar colocar alguns sais de banho na banheira e relaxar, e logo depois fazer algo legal no cabelo e passar alguma maquiagem. Coloquei meu vestido preto e antes que eu pudesse me contorcer para terminar de fechar atras, Violet chegou e foi direto me ajudar.
     
     - Bem na hora. - Comentei enquanto ela amarrava as cordinhas no topo das minhas costas.
    
     - Fico pronta em um minuto. - Avisou. Coloquei os sapatos e esperei ela se arrumar, o que foi realmente rápido. - Vamos!
     
     Pegou meu braço toda sorridente e animada, seus olhos escarlate brilhavam tanto quanto seu vestido também vermelho.
    
     - Olhe para baixo. - Lembrei a ela quando um hóspede passou por nós.
    
     Caminhamos batendo papo até chegar á boate que ela tanto gostava, que ficava a três quadras do nosso hotel. Passava da meia noite e a fila estava gigantesca. Antes que ela pudesse parar educadamente atrás da ultima pessoa da fila, conduzi seu corpo junto ao meu até o segurança do tamanho de um armário que controlava a entrada de pessoas.
     
     - Boa noite, somos Vip's. - Falei olhando profundamente em seus olhos. Meu dom ficava mais fácil de controlar a cada vez que eu o usava.
     
     - Claro, senhoritas. Divirtam-se. - Abriu a porta dupla para que passássemos. Sorri amigavelmente para o homem e dei uma piscadinha para Violet, que sussurrou "eu devia ter te encontrado antes".
   
     O lugar estava bem cheio e era definitivamente animado. 
    
     - Vamos pegar algo para você beber. - Violet sugeriu já me acompanhando em direção ao bar.
    
     - Um martini, por favor! - Pedi para o barman que estava do outro lado do bar. Quando ele virou eu sabia imediatamente que era um vampiro. Seu cheiro, seus olhos quase negros, sua pele pálida. Rosnei instintivamente e dei um passo para trás trombando em um corpo que dançava sem perceber a luta que poderia acontecer ali.
    
     - Oh Renesmee, para com esses modos. - Violet falou como se chamasse a atenção de um cachorro que latiu para a visita. - Esse é Jeremy, ele costuma trabalhar aqui.
     
     Tentei melhorar minha postura para não chamar atenção indevida mas me mantive alerta.
     
     - Hey, relaxa. Vou fazer seu drink e está tudo certo, ok? - Ele deu uma piscadinha e começou a fazer o martini.
      
     A vampira serelepe ao meu lado começou a dançar com um humano qualquer, se distraindo.
      
     - Jane vai adorar saber que está aqui, gatinha. - Jeremy sussurrou enquanto me entregava a bebida.
      
     Todos os pelos do meu corpo se arrepiaram e eu sabia que precisava sair daqui naquele segundo. Merda eu estava definitivamente ferrada.
      
     Agarrei o braço de Violet e abri caminho entre as pessoas até a porta dos fundos. Eu precisava sair da vista dos humanos e correr o mais rápido possível.
      
     - O que está acontecendo? - Violet ainda não estava entendendo.
      
     - Estou em perigo. - Disse enquanto discava o número do telefone da minha mãe. Eu precisava ir para casa. Agora.
      
     Mamãe atendeu no primeiro toque.
      
     - Oi meu amor!
      
     - Mãe. - Empurrei a porta dos fundos. Os Volturi sabem onde eu estou, eles...
      
     Minha voz faltou quando eu vi Jane, Félix e outro vampiro nas sombras do beco por onde eu saí.
      
     - Como vai, Renesmee? - Jane cantarolou, sorrindo. Seu dom me atingiu e eu não podia distinguir mais nada. Apenas dor. Dor.

RenesmeeWhere stories live. Discover now