My name is Jonas

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Minhas mãos ágeis e firmes passavam pelo corpo dela. Ela era bonita, mas agora estava linda.

"Lindo vermelho, lindo sangue, linda dor."
O desenho em seu rosto a deixava linda. Linda como o sangue. Sangue era doce como ferro. O ferro é doce? Experimente mais um pouco, Jonas! Mas não sangra mais. Por que não sangra mais?! Quebrei seu pescoço, mas já não se debatia antes. Bebi demais. Não bebi álcool. Bebi sangue. Os vizinhos malditos me viram pela janela. Joguei neles pedras, joguei nele dedos, joguei pedaços duros que não me serviam.
Os caras de branco me olhavam apavorados e retribuí com um largo sorriso antes de me furarem algumas vezes. Em mim já não fazia efeito há anos. Na Julie fazia. Na Julie fez ela dormir. A Julie era mais novinha. Passo a língua nos lábios. O gosto do ferro da Julie ainda está ali.

[ ... ]

Uma clínica. Outra clínica? A mesma clínica. Amarrado. Eles ainda não aprenderam? Nova medica. Estava na sala branca. Sorri apenas com os lábios e virei a cabeça na diagonal. Gosto da moça bonita. Podia ficar linda como Julie.
– My name is Jonas... ♪ – Minha música, meu nome, minha Julie.
– Sabe por que está aqui Jonas? – A morena perguntou. Não a conheço. Talvez seja nova por aqui.
Claro que sei por que estou aqui. Sorri mostrando os dentes. Ainda estavam sujos, não limpei depois de comer.
– Julie era malvada! Vizinhos malditos! Eles me trouxeram aqui. De novo! – Levanto o olhar até a médica. – Você devia se apresentar! Shiiiu! Ja pensou que ficaria linda de vermelho? 
Me levanto e fico maior do que a médica pequena. Gosto de causar medo, tem um cheiro bom. – Não quer ajuda para ficar rubra?
Ela ficou com medo, claro. Todas ficam. Principalmente quando percebeu que me soltei. Sorri e joguei as amarras na direção dela com brutalidade. A médica se afastou de costas. Que medo lindo!
– Rubro é uma cor maravilhosa. – Maneei a cabeça para o lado e ela correu. Medrosa! Corri atras dela.
A mesa voou para longe e ela me trancou na sala como pôde. Fraca! Gargalhei. Covarde! Bati na porta. Era de vidro! Malditos consultórios frágeis.
Os enfermeiros e aquele pessoal "do mau" vem me pegar e tentam me medicar. Mas são imbecis demais! Apaguei dois deles antes de conseguirem me levar para a solitária.

Eu vou sair daqui, medicazinha! Vou sentir seu gosto em minha boca! – gargalhei novamente. Bati na porta. Bati, bati, bati. Bati até meus punhos ficarem lindos. Vai ficar linda de vermelho. Vermelho com gosto de sangue, de Ferro! Vermelho quente. Quero sentir. Quero sentir em minha boca.

Island AsylumWhere stories live. Discover now