Trauma.

120 14 7
                                    

Sarah Casten

Irmãozinho deu um presente para Sarah. Sarah não ganha presente. Papai dizia que não precisava porque Sarah não entende nada. Mas entendeu com Tomaz. Entendeu e amarrou a pulseirinha. Ele não vai largar a Sarah. Não vai abandonar. Não faz deixar eu sozinha de novo... Sente falta do herói. Sarah pensou que herói gostasse dela de verdade, mas não gostava. Ninguém gosta da Sarah, menos Irmãozinho. Ele gosta e não vai deixar eu sozinha.

O moço mau ficou falando que ele tambem vai deixar eu, mas Sarah não acredita. Tampou o ouvido. Ele é Irmãozinho. É bonzinho com Sarah.

Tem alguém chegando. Eu corre para cama. O buraquinho deve ser errado. Deve ser. A porta abre, abre e o moço torto entra. Ele sozinho. Sarah encolhe mais. Ele voltou. Está de noite. Ele disse que voltaria de noite. Voltou para falar que herói não gosta mais da Sarah. Voltou e trancou a porta com a chave. Sarah não pode sair mais.

-Quero você de pé. - Eu olhou para baixo, para o pé quando ele mandou eu levantar. Não queria levantar. - Eu mandei ficar de pé!

Ele ficou bravo e puxou eu pelo braço. Bravo mas ri. Quem é que ri bravo? Eu fica em pé e ele fica olhando. Olhando para eu, para onde ele apertou e doeu. Sarah fica com vergonha. Ele quer passar a mão de novo. Ele me vira de costas e passa a mão no meu bumbum. Sarah não gosta da mão quente dele! Não gosta e se solta. Eu deita na cama rápido. Deitou e cobriu tudo. Ele não vai ver eu. Ele vai embora.

Fecho o olhinho com força. Vai embora logo, moço, vai! Encolhidinha. Vai embora!

Ele ficou bravo de novo. Ficou e puxou cabelo com força pra cima. Levantou eu.

- Ai ai ai ai! Solta eu! Solta! - Pediu pra soltar, mas ele não soltou não. Não soltou mesmo. Encostou o corpo dele no meu, igual abraço. Eu não abraçou! Não queria abraçar não. Por que abraça por cima do meu braço? Encostou e beijou o pescoço de eu. Beijou para machucar! Beijo machuca! Beijou apertando eu! Solta eu! Para de beijar! Para! Sarah não gosta de beijo do moço torto.

- Chuta ele! - Ele gritou com dor na perna quando eu obedeci. Soltou eu. A moça que fala comigo também não gosta dele. Ela está olhando feio. Olhando só. Ele é forte! Por que não ajudam eu? Sarah não consegue sair sozinha.

CLAP. Sarah sentiu. O rosto ardeu. O olho ardeu também! Sarah quer ir embora. Não quer mais beijo que dói, nem ganhar tapa.

- Não bate não, moço!! Não bate! - Encolho para não sentir o próximo. CLAP. Ele bateu. Bateu no bumbum. Bateu e depois apertou forte. Sarah botou a mão para ele não bater mais e ele pegou o pescoço de eu de novo. Pegou e beijou.

Eu empurra. Empurra e ele bate de novo. CLAP. No rosto da Sarah. Ja está ardendo! Para, moço! CLAP! PARA! Ele aperta eu na parede. Aperta e passa a mão por dentro da blusa de eu. Passa a mão na Sarah. As duas mãos.

- Fica quietinha! Você é deliciosa, Sarah. Agora é minha. - Não! Sarah não é do moço torto não! Não é! Apertou eu pela cintura e puxou a blusa do uniforme para cima. Rasgou um pouquinho. Como eu vai ficar com roupa rasgada? Não pode! Ele olha para eu. Olha e beija eu. Esse beijo é ruim! Sarah não gosta. Não gosta desse beijo!! Tava no pescoço e foi pra boca. Eca! Boca com boca. Isso é feio!! Papai dizia!

- • Assassina. Assassina. • - Irmãozinho podia ajudar a Sarah. Podia, mas ele ta com raiva. A moça não vem. O moço mau está rindo! Ele está rindo da Sarah presa. Não ri! Não ri não!

- Moço torto, sai! Sarah quer ficar sozinha! Sai! - Ele bota a mão no short da Sarah. Bota a mão e puxa o short para baixo. Por que eu tem que ficar sem roupa? Sarah não gosta de ficar sem roupa na frente do moço torto. - Eu já tomou banho! Não pode mais ficar sem roupa.

Ele ri. Ri de eu. Ri e eu encolhe. Não gosta que riam da eu. Ele puxa pra baixo a calça dele também. Ele puxa com uma mão só. Ele também vai tomar banho? Não tem chuveiro aqui!

- Sai daí! - Eu tenta sair. Tenta obedecer mas não dá! Não dá, moça! Não fica brava. Ele está braçando eu com beijo ruim. Eu consegue! Consegue bater ele na parede e ele solta eu. Solta assim depressa. Sarah bate na porta.

- DEIXA EU SAIR!! DEIXA EU SAIR!! - Eu bateu na porta. Bateu na porta e gritou. Gritou mais quando ele puxou o cabelo de novo e jogou a Sarah no chão. Agora deu pra ver. Ele tem um negócio ali entre as pernas. Ele tem igual que Irmãozinho tinha. Ele tem, mas é maior e esquisito. Ele vai fazer xixi? Xixi no quarto de Sarah?

- Vai virar brinquedo dele!! - Sarah é gente! Não é brinquedo não!

Ele vem pra cima de eu! Ele vem e eu tenta chutar. Tenta empurrar também. Puxou eu pelas pernas. Ele segura as mãos de eu. Segura para cima junto. Segura com uma mão só. Ele passa a outra mão no corpo de eu de novo passa na barriga também. Sarah tenta chutar, mas ele prende as pernas de eu nele. Na cintura dele. Eu quer ajuda! Ajuda! Não dá pra sair! Ele ta encostando o negócio de fazer xixi em mim. É quente! Sarah não quer!! Não!

- Ele vai enfiar isso em você! - O negócio de fazer xixi?! Onde?! Não cabe!! Não cabe em Sarah não!

- Sai, moço torto!! Sai!! Deixa a Sarah! Deixa eu!! Sai!! - Eu tenta mexer para ele não encostar. Sarah não quer encostar! Deixa Sarah em paz! Deixa, moço! Ele abaixa pertinho de eu e beija a orelha de eu. Isso dói! Dói e é ruim! Muito ruim! Faz barulho! Mais barulho para Sarah ouvir.

- Isso vai doer. - Ele sussurra para eu antes de Sarah sentir o quente forçar entre as pernas de Sarah. Dói! Eu chuta! Dói e Sarah sente arder. Dói igual beliscão! Beliscão lá em baixo na Sarah! Eu grita. Grita de dor!

- PARA!! ESTÁ DOENDO NA SARAH!! ESTÁ DOENDO NA SARAH!! PARA!! - Ele bate com soco no rosto de eu. Bateu e eu chora. Não consegue sair e ele tá fazendo doer mais! Ta mexendo! Sarah não quer!! Não gosta que dói! - Sai de cima!! Sai!! Por favor!! Por favor, moço torto!!

Ele bate em eu de novo. Eu consegue puxar o braço e sair engatinhando pra longe. Ele machucou eu! Machucou Sarah ta sangrando! Tem sangue no chão! Eu ta chorando e não consegue ver direito. Chorando. Ta doendo. Ele machuca! Ele tá machucando! Pegou eu pelo cabelo de novo, pegou depois de chutar a barriga de eu. Pegou e apoiou eu na cama. Apoiou só o corpo de bruços. A perna ficou pra baixo. Ele bateu mais e Sarah sentiu de novo. Sentiu doer. Doer lá dentro. Lá dentro da Sarah. Não dá pra chutar. Não dá!! Ele segurou as mãos de Sarah pra trás e ficou mexendo.

Por que não acaba logo?? Deixa a Sarah! Deixa eu!! Está ardendo! Ta doendo, moço! Sarah não gosta de dor!!

- SOLTA EU!!! SOLTA, SOLTA, SOLTA!! CADE O HERÓI?! HERÓI SALVA EU!! HERÓI! IRMÃOZINHO SALVA EU! SALVA EU SALVA!! IRMÃOZINHO!! - Ele bate minha cabeça na cama com força. Bateu e forçou o rosto. Eu não respira. Não respira tenta sair. Tento com força. Ele ainda machuca. Ainda mexe e eu chora mais. Ainda tá doendo lá dentro. Ta saindo sangue. Eu sente.

Ele deita em cima de eu e dói mais! Dói! E ele fica mexendo com mais força. Eu grita de novo e ele aperta a cabeça de eu de novo. Bate em eu!

- CALE A BOCA OU VAI APANHAR MAIS! - O moço torto falou alto entre os dentes. Pertinho da orelha de Sarah antes de morder ali e eu gritar. Machuca!! Sai sangue!

Até que ele parou. Ele fez barulho. Fez barulho de quem ta cansado. Ele cansou! Cansou e tirou o negócio de dentro de eu. Ta doendo ainda. Sarah escorregou da cama. Ainda tá ruim. Ele ri. Ri de eu no chão encolhidinha. Riu e cuspiu em eu.

- Minha linda bonequinha doente saiba de uma coisa: Heróis não existem. Ninguém vai te salvar de mim.

Island AsylumWhere stories live. Discover now