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loueh (pra quem não pegou a referência, é OiOi rs)

bom, vamos direto para o cap e no final conversaremos okay?

uma coisinha antes

"Vítimas de relacionamento abusivos tendem a se culpar por não terem percebido e resistido aos abusos ou por terem cedido em nome do 'amor'. É comum que muitas dessas vítimas saiam de relacionamentos abusivos com um enorme buraco na própria autoestima. Abusadores são criativos. Eles diminuem as vítimas, as culpas e romantizam a violência, diante de tudo isso, é realmente difícil se livrar de um relacionamento abusivo. 

Remoer a culpa por ter permanecido em um relacionamento abusivo é como permitir-se ser violentada(o) novamente."

Fragmento retirado da colunista Nathali Macedo para o site SuperEla (o texto se referia á mulher apenas e eu adaptei, uma vez que não só mulheres sofrem por relacionamentos abusivos.) Espero que ajude a compreender o capítulo.


A mente de Louis estava um caos total. Seus olhos azuis baixos e vazios seguiram o corpo alto e forte no movimento de se erguer do chão, com facilidade, o peitoral esbelto sendo manchado por hematomas – borrões vermelhos na altura do peito esquerdo, assim como outros na base de seu estômago, em seu rosto, cortes encima da sobrancelha e embaixo dos lábios o dava um reflexo irritado e inchado – mas seus olhos verdes estavam intensos, afiados, mal demonstrando dor.

Menos quando ele fitou Louis de volta.

Assim que seus olhos esmeralda pousaram no corpo pequeno e repousado sob o edredom em sua cama, olheiras nos olhos, deixando-os ainda mais inchados, lábios rubros e pele pálida, sua clavícula estava saltada e seu peito subia e descia – ele não conseguiu conter o torcer de seu rosto, a dor estampada na expressão do menor sendo demais para ele próprio suportar de forma neutra.

Cada vez que via a dor e o sofrimento escorrendo dos olhos de Louis, Harry sentia como se estivesse com Ryan novamente, desta vez, sendo torturado com Louis, a dor do menor era a sua, o simples fato de Louis estar no inferno o fazia se sentir o próprio Diabo – como se ele fosse responsável por aquilo. Não por causar aquilo. Mas por não conseguir aliviar aquilo.

Aquela dor que agora é, e sempre será, compartilhada pelos dois.

Por isso, retirando o edredom e expondo o corpo pequeno e frágil deitado na cama, Harry estendeu a mão para Louis, convidando-o a se levantar – o que foi feito após um olhar intenso, ignorando o gesto do maior enquanto sofria para se equilibrar nos pés, e Louis parecia tentar esconder sua dor, seus olhos, de todas as formas possíveis, tentavam mascarar sua história, mas Harry não seria enganado por aquele show.

Ele gemeu baixinho e entredentes, tentando ao máximo desfocar a atenção de todos na sala para si, mas Harry sentia sua dor em seus próprios ossos. Louis podia tentar o quanto quisesse, Harry sabia de tudo – ele lia seu corpo machucado como se fosse uma obra de arte, um próprio Picasso em carne e osso.

Conforme ia sendo guiado para o banheiro, as mãos de Harry firmes em si, em sua cintura, Louis conteu um grito – ele queria esgoelar sua angústia para fora. Seus ossos doíam e sua cabeça implorava por rendição, a dor estampada em cada face naquele quarto era demais para ele próprio suportar e a mesma voz de sempre gritava em sua cabeça. A culpa é sua. E ele não podia evitar em pensar que era verdade. Ele queria livrá-los daquilo.

Estava indo tudo bem, sim?

Ele e seus amigos. Ele e Harry. Niall voltara para seu quarto ao mesmo tempo em que Ryan sumira. E Louis estava grato por aquilo – somente para perceber que ele era a causa do sofrimento de todos ali.

once upon a plug {l.s}Where stories live. Discover now