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LOUEH

Aqui estou eu com mais um cap aaaa

Só pra reforçar: tempos melhores virão, aguentem firme

Boa leitura e esse cap ta (eu queria dizer ba ba dei ro mas tá triste mesmo e é isso sorry)


- Mas—mas—eu prometo que vou entregar no prazo, eu só—só preciso de inspiração e—e—está tudo—urgh, tudo uma droga na minha vida mas eu prometo que vai ser de tirar o fôlego.

E se humilhando daquele jeito, Harry se viu quase ajoelhando no chão e implorando para que sua professora fosse piedosa o suficiente para ter mais paciência com o desenvolvimento de seu projeto. Ela enrugou a testa e ajeitou os óculos no nariz empinado enquanto encarava Harry com pena.

Ele sentia como se todos estivessem fazendo isso ultimamente – o encarando com pena. Mas ele não os culpava, até quando olhava seu reflexo no espelho ele sentia pena, seus olhos verdes baixos pelas noites incontáveis de choro desesperado, os lábios secos pela falta de hidratação (que era agravada pela falta de água e excesso de exercício físico proveniente dos treinos), as bochechas pálidas e seu corpo imponente sob aquelas camadas de peças de roupa.

Harry era um caos. Ele começava no inferno e terminava no fogo ardente de seus pecados. Ele se sentia pagando por crimes que nem sequer sabia que cometera – mas a pena era dura e árdua e além de tudo, obrigatória, sem outra alternativa a não ser queimar.

- Acho bom mesmo, senhor Styles. – sua professora murmurou descrente, contudo. – E espero que seja de qualidade pois caso o contrário, não terei escolha a não ser reprova-lo.

E foi com essas palavras que Harry caminhou distraidamente para fora do prédio de fotografia e marchou quase que inconscientemente pelos paralelepípedos da uni, as vezes esmagando algumas gramíneas em sua caminhada desnorteada e sem razão.

Harry simplesmente não estava para cabeça para seu projeto e com a Nikon embaixo dos braços ele se viu sentando na frente do prédio de música, a qual ele sempre acabava recorrendo em seus piores dias (que ocorriam com mais frequência do que ele gostaria) para procurar inspiração.

Ele sabia que não se procurava inspiração mas a verdade é que desde que Louis se fora, o céu parecia não ter mais cor, o sol parecia não lhe esquentar a pele mais, a terra parecia não fazer seu trabalho direito ao fazê-lo se sentir flutuando sempre, as pessoas pareciam não ter mais graça, sempre os mesmos corpos vazios e rostos sorridentes de sempre, as palavras pareciam não ter mais sentido diante de seus olhos verdes cansados.

A vida parecia não ter mais graça para Harry.

E ele sabia que era por causa de Louis (ou melhor, pela falta de Louis), sua voz não soava mais pelos corredores da uni e pelas paredes de seu quarto enquanto davam vida à letra da música de abertura de Friends ou de uma música da Disney (a qual ele cantava seguindo a maldita melodia irritante que o jogo tinha, que agora Harry sentia saudades e mal conseguia abri-lo sem sentir um peso no estômago) ou dos passos de dança desajeitados que fazia sempre que queria arrancar risinhos de Harry (ele desejava mais que tudo no mundo que estivesse vendo-o dançar agora).

Tudo era claro agora na mente de Harry. Ele sempre gostara de Louis, desde antes de Ryan acabar com sua vida (que foi restaurada por Louis e despedaçada logo em seguida pelo mesmo, impiedosamente), e agora com sua ausência só ficava mais claro ainda que seus sentimentos eram mais profundos que pensava.

Trágico.

Ele piscou algumas vezes contra a lente da Nikon, as lágrimas florescendo em seus olhos embaçando sua visão e desfocando-a da grama à sua frente, e consequentemente, o impedindo de tirar uma foto. Harry rapidamente limpou as gotas grossas que caíam sorrateiramente com a manga da blusa de frio e pegou seu celular do bolso de seu jeans.

once upon a plug {l.s}Where stories live. Discover now