Quando o serial killer Enigma chega a pequena cidade de Londville, a vida de Olivia Collins muda completamente, pois todas as suas vítimas se parecem com ela. E entre, mortes, situações perigosas, e sua atração pelo novo e misterioso amigo do seu ir...
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Gira a garrafa.
Harry não atendeu nenhuma das minhas seis ligações. As duas primeiras tocaram e não foram atendidas. Já as outras quatro foram direto para a caixa postal. Deixei uma mensagem breve, pedindo para que ele retornasse assim que possível, pois eu tinha um assunto importante para tratar. No entanto, não houve resposta. Ele não ligou, mandou mensagem, ou deu qualquer sinal de vida durante o dia todo. O que me magoou mais do que me irritou. Se ele não queria falar comigo, então para que deixou o número? Deveria ter apenas ido embora, ao invés de me dar pingos de esperança, ainda que quase inexistentes. Depois da noite incrível que tivemos, eu realmente pensei que haveria algo, por menor que fosse, entre nós, mas o seu silencio me provava o contrário.
Passei boa parte da manhã da sexta-feira deitada na cama sem vontade para fazer nada. Me levantei perto da hora do almoço e tomei um banho, após comer, me deitei no sofá e lá se foram mais algumas horas assistindo besteiras na televisão, ou melhor, tentando assistir. Eu não conseguia me concentrar em nada por mais de cinco minutos, minha mente sempre me levava a pensar em Harry.
Shawn tentou se comunicar, mas eu o cortei logo de cara. Eu mal o conhecia, não iria sair falando sobre os meus sentimentos com qualquer um. Também não disse nada sobre o que eu tinha descoberto. Escondi o arquivo debaixo do colchão no meu quarto e lá ficaria até que Harry me ligasse ou voltasse.
Lá para as três da tarde eu recebi uma ligação do meu pai perguntando se eu queria ir com ele visitar Patty. Jacke havia ligado. Concordei na mesma hora, afinal, mofar naquele sofá não ajudaria ninguém.
– Dinheiro? Escondido na minha casa? Você está brincando?
– Não, Tio David. Eu me lembro direitinho agora. É exatamente isso. Justin escondeu o dinheiro do roubo em algum lugar na sua casa. – Patty repetiu.
– Milhões? – Meu pai parecia chocado. – Dinheiro de um assalto a banco? – Ele puxou uma cadeira, se sentando.
– Sim.
– Onde nós estávamos, pai? Como ele escondeu esse dinheiro?
– O roubo aconteceu na mesma semana que passamos em Hood River, enquanto a casa estava em reforma. O dinheiro pode estar em qualquer lugar, nas paredes, no piso, no teto...
– Nós estávamos em Hood River quando aconteceu o assalto? – Perguntei sem acreditar. Eu não me lembrava de ter visto nada sobre isso.
– Sim, estava em todo os lugares, não se lembra? Eu até me voluntariei para ajudar, mas a polícia de lá disse que tinha a situação sobre controle.
Passei a mão pela cabeça. Como eu não lembrava disso? Eu tinha propositalmente enterrado e tentado esquecer muitas lembranças daquela semana, mas esse assalto não foi uma delas. Fechei os olhos, me concentrando, e tentando me lembrar de tudo o que aconteceu naquelas férias.
