Quando o serial killer Enigma chega a pequena cidade de Londville, a vida de Olivia Collins muda completamente, pois todas as suas vítimas se parecem com ela. E entre, mortes, situações perigosas, e sua atração pelo novo e misterioso amigo do seu ir...
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Depoimento.
HARRY
Eu já estava há uns trinta minutos na sala de espera do hospital. Queria dar o máximo de privacidade e conforto possível para Olivia e sua família, mas ir embora não era uma opção. Eu queria estar aqui, perto dela, mesmo que seja em outro cômodo. David tinha chegado e se juntado a elas há uns dez minutos atrás, ele me avisou para esperar pois iriamos pegar o depoimento de tudo o que ocorreu com a Olivia ainda hoje, mas antes precisava de um tempo a sós com sua família. O que era compreensivo. E se devo ser honesto, me dava até um pouco de inveja, eles eram uma família tão amorosa e cuidadosa, enquanto o meu pai era quase o oposto disso.
Ele se importava comigo, dava para ler isso nas entrelinhas de tudo o que ele fazia por mim. No entanto, esse tudo era sempre distorcido, possessivo e indesejado. Era impossível não pensar que na maioria das vezes ele me via como um boneco, um fantoche que ele pode controlar e impor suas vontades. Quando eu faço algo ruim, ele reclama, quando eu faço algo bom, nunca é bom o suficiente. E quando eu desobedeço... coisas ruins acontecem. Meu amor por ele era algo inegável, ele me tornou o que eu sou hoje, porém, meu medo também era.
– O que está acontecendo? Por que está aqui fora? – Andrew perguntou, se sentando ao meu lado.
– Estou dando a eles um momento em família. Olivia foi e encontrada e está bem, eles merecem um pouco de privacidade.
– Você tem razão.
– Tenho? – Virei a cabeça para olha-lo.
– Sim. Privacidade é importante. – Reafirmou.
– Então por que eu não posso tê-la? – Ele franziu a testa. – Ela me contou das ligações e mensagens ignoradas. Por que você não me avisou quando eu explicitamente te perguntei se alguém havia me contatado?
– Aqui não é o melhor lugar para falarmos sobre isso.
– Vai ter que ser aqui. Olivia está bem, Liam está morto. Assim que pegarmos o depoimento da Olivia e fecharmos esse caso, acabou para mim.
– Como assim "acabou"?
– Acabou. Eu não quero mais conviver com você. Nem no trabalho, nem na minha vida. Você ainda é meu pai, podemos nos reunir nos feriados e comemorações, mas fora isso. Não dá mais. Eu não aguento mais.
– Você está fazendo isso por causa dela?
– Não! Por sua causa. Você está sempre tentando me controlar.
– Eu só quero o melhor para você, filho.
– No fundo, eu sei. Mas eu tenho vinte e três anos, acho que posso fazer minhas próprias escolhas sozinho.
– Tudo bem. Depois só não diga que eu não avisei.
Típico dele. Agir como se soubesse tudo. Porém, não houve tempo para eu lhe responder, pois a porta do quarto se abriu e David nos chamou para entrar. Era a hora de sabermos o que houve. Liguei o gravador e o coloquei no móvel ao lado da cama de Olivia.