49 - Your eyes...

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Seus olhos

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Seus olhos...

OLIVIA

Eu não sei por quanto tempo Andrew ficou fora, mas quando ele retornou, trouxe um vestido branco e ordenou que eu o colocasse. Foi um pouco difícil com a corrente em meu pé, mas quando ele desceu novamente para o porão, eu já havia me trocado.

– Não faça nenhuma coisa estupida. – Seus olhos ainda estavam pretos, quando ele se aproximou e se ajoelhou para abrir o cadeado da corrente em meu pé.

Todas as possibilidades de fugir passaram pela minha cabeça, empurra-lo, chuta-lo e correr para longe, mas em todos os cenários eu sabia que não conseguiria passar da escada, principalmente por ainda estar sobre o efeito da droga e tudo parecer estar rodando.

Me segurando forte pelo braço, ele me guiou escada acima até sairmos do porão, e então mais um lance de escadas até o primeiro andar. Ele me empurrou para dentro de um banheiro e meus olhos se focaram na banheira cheia no meio do cômodo. Ele me forçou a entrar e então se afastou, me olhando de longe.

– O que é isso? O que você pretende fazer?

– Lembra da Tiffany? Vamos recriar a morte dela.

A banheira... lembrei de como ela havia se suicidado em uma. Se é que foi mesmo suicídio, a esse ponto eu já nem mais sabia.

– Ninguém vai acreditar nisso. Eles saberão na hora que foi você!

– Não importa! Não é um plano para eu me safar e sim para trazer Edward para o meu lado. Ele está apegado a você. Mas te perder, da mesma forma que a única pessoa que ele não pôde salvar antes, vai ser um...

– ...Gatilho. – Completei sua frase, o fazendo sorrir. Um sorriso distorcido e psicótico. 

– Que bom que entendeu. – Ele foi até a bancada do banheiro, onde estava o seu estojo de facas e pegou um bisturi, me entregando. – É a sua vez agora. Não é como se alguém fosse aparecer para te salvar ou sua vida fosse no mínimo significante. 

– Eu não vou me matar. – Disse, decidida. Fazendo-o suspirar. 

– Ninguém virá te salvar, Olivia. – Ele falou, frio e indiferente. – Você pode fazer isso e ter realizado alguma coisa na sua vidinha insignificante, ou eu simplesmente posso mata-la, aqui e agora. Eu não me importo!

Prendi a respiração, me controlando para não começar a chorar. Eu não o daria esse gostinho, por mais cruéis que suas palavras fossem. Olhei para o bisturi em minha mão, ele era frio, em contraste com a água morna e até mesmo aconchegante em que eu me encontrava. Olhei para a pequena janela ao lado, dava para ver o sol se pondo dela. Fechei os olhos. O sentimento de tristeza profunda, misturado ao desespero se acumulando em meu corpo. Eu não queria morrer. Muito menos dessa forma. Mas ele e sua presença faziam parecer que essa era a única alternativa para mim.

Enigma | H.SWhere stories live. Discover now