43 - A favor

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Um favor

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Um favor.

HARRY

– Bom. Você chegou. Já iria pedir sem você. – Andrew falou, assim que me sentei de frente para ele na lanchonete Ally's Party.

– Que merda é essa? – Joguei os papéis do relatório do caso em cima da mesa, na sua frente.

– Você leu? O que achou?

– O que achei? Segundo isso você praticamente resolveu o caso sozinho.

– Eu não disse nada que não fosse mentira. – Contestou.

– Só por que não é mentira, não significa que não pode ser manipulado para parecer algo que não é. – Disse, irritado.

– Quem sugeriu que Londville seria uma das próximas cidades? – Perguntou, retoricamente. – Quem sugeriu desde o começo que você se infiltrasse em Universidades, pois segundo o perfil que eu fiz do assassino, ele estaria por volta dos vinte anos, e não por volta dos trinta ou quarenta como no seu perfil?

– De quem foi a ideia de eu ir naquela festa colegial na casa do Niall, onde uma das vitimas foi encontrada? Minha. Eu te liguei aquela noite e te informei em primeira mão o que tinha acontecido. Você então informou ao F.B.I. e a polícia e fez parecer que foi tudo sua ideia. Quem foi que descobriu a obsessão do Enigma com a Olivia? Eu. Assim como você, eu também ajudei na investigação, mas nenhum feito meu foram parar nesse pedaço de papel, foram?

– Escute, filho. Eu estou perto de me aposentar. Você ainda tem uma longa carreira no departamento federal...

– Não importa! Eu passei mais de três anos da minha vida nessa investigação, você ter feito isso no relatório não é nada mais do que desrespeitoso com a minha pessoa. Principalmente por ser o meu pai, não entende?

Ele ficou em silencio por uns segundos, mas logo assentiu.

– Eu irei refazer e acrescentar todos os seus feitos. – Disse.

Então se virou para o lado para acenar para a garçonete. Eu sabia melhor do que esperar por um pedido de desculpas, pois conhecendo o meu pai, isso não aconteceria. Seu orgulho e até mesmo egocentrismo, não permitiriam. Por isso, não insisti, ao invés disso, mudei o assunto para algo que eu estava curioso para saber.

– Você investigou o que a Olivia falou? Sobre haver outro cara?

– Sim, mas não existe nada que nos aponte nessa direção.

– Está dizendo que ela mentiu, ou imaginou?

Ele deu de ombros.

– Não importa. Ela pode estar contando a pura verdade, mas se não podemos provar em um tribunal, pode muito bem ser uma mentira ou alucinação. Eu não descobri nenhuma prova que nos leve a outra pessoa.

– E o celular do Liam?

– Ligações para um celular pré-pago que não podemos rastrear e se realmente for de um ajudante, provavelmente já foi destruído. – Respirei fundo, odiando o sentimento de estar de mãos atadas. – Fechar o caso é a única coisa que podemos fazer agora.

Enigma | H.SWhere stories live. Discover now