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- Olá, seja bem vindo a lanchonete. O que vai querer? - Minhas palavras quase tremiam, iguais minhas mãos, aquele homem em minha frente, era a primeira vez que via algo assim.

- Qualquer coisa! - Uma voz grossa saiu daquela pessoa que parecia um baby, o homem se sentou em uma das cadeiras ao canto, e pôs o capuz, parecia assustado, se escondendo de alguém, mas eu também estava assustada, relaxei ao saber disso.

Preparei a especialidade da casa, servi o homem e voltei ao meu devido lugar, meus olhos não conseguiam disfarçar o tanto que eu o secava, a sorte minha que ele estava de costas para mim.

Eu queria perguntar algo, a TV estava quebrada, a rua em silêncio, e eu não conseguia ficar sem escutar alguma coisa, nem que seja minha própria voz.
- Então... Você é daqui?

Saiu como um flash, meu coração batia forte quase saindo pra fora. O homem pensou por segundos.

- Não.

Ele comeu mais um pedaço do hot-dog depois, eu sei que as vezes eu parecia uma chata em não saber calar a boca, minha mãe sempre falava isso.

- De onde é?

- Você é da polícia? - Sua ironia me fez rir. Larguei o avental ao lado do caixa e me sentei a sua frente.

- Não... Se eu fosse da policia não estaria vendendo cachorros quentes.

- Pode ser um disfarce.

Eu sorri, vendo ele de perto, vi que seus olhos eram azuis cor do mar, eram hipnotizantes. Ele parecia legal e eu estava adorando essa conversa.

- Boston...

O homem disse baixo depois de uns minutos em silêncio.

- Bom, então seja bem vindo a cidade. - Digo sorrindo, o homem sorriu de lado, e foi o sorriso mais lindo que eu já tinha visto...

Ele colocou a mão no bolso e estendeu 5 dólares.
- Pode ficar com o troco!

- Como sabia que o hot-dog era 4 dólares?

- Não sabia.

Meu coração sorriu. O homem tinha se levantando eu me levantei junto, ficámos perto o suficiente para ver que ele era mais alto que eu.

- Aí...

Gritei, o homem parado a porta me olhou novamente.

- Qual o seu nome?

- Dixon, Daryl Dixon... E o seu?

- Decker, Brooklyn Decker...

Digo alto, o senhor Dixon assentiu e fechou a porta.

Percebi que ele era bem carrancudo, era difícil arrancar um sorriso nem que seja de lado dele.

Eu nunca me esquecerei daquele dia.

Aquele nome, aquele homem, aqueles olhos... Isso me cercou a noite inteira.

Caminhando para casa pensei na probabilidade de nos encontramos de novo, como eu estaria? Será que ele me reconheceria?

Eram tantas perguntas que eu queria ter feito a ele.
Mas, eu ainda era uma simples estranha para ele, se eu o enchesse de perguntas quem sabe ele nunca me responderia.

Será que seu nome é Daryl mesmo? Será que ele é um fugitivo da polícia? Um ladrão?

Eram teorias e mais teorias que minha mente tola criava.

Na noite fria, eu ainda subia as escadas do meu apartamento, e não parava de pensar naquele homem um minutos sequer.

Mas algo martelou minha cabeça.

Dixon...

Eu já tinha escutado esse sobrenome...

...

Psɪᴄᴏᴅᴇ́ʟɪᴄᴀ | 𝐓𝐡𝐞 𝐖𝐚𝐥𝐤𝐢𝐧𝐠 𝐃𝐞𝐚𝐝 Where stories live. Discover now