Psɪᴄᴏᴅᴇ́ʟɪᴄᴀ | 𝐓𝐡𝐞 𝐖𝐚𝐥𝐤𝐢𝐧𝐠 𝐃𝐞𝐚𝐝

36°

Depois de conversar com Negan, voltei para o quarto, Negan disse que partiria pela manhã e que eu precisava descansar pois seria uma longa viagem.

Deitada na cama do quarto olhando para o teto, eu ainda escutava Merle, considerei que eu estava com estresse pós-traumático e ignorei ele, mas mesmo que eu quisesse ouvi-lo, a voz dele estava baixa e abafada, quase nem dava para similar uma frase.

- Você fez o certo. Pelo menos uma vez na vida...

Isso foi tudo o que eu consegui entender, dei uma risada alta por ouvir isso vindo de MERLE.
Eu tentava me concentrar em dormir mas toda vez que Merle falava o nome dele, Daryl, meus olhos se abriam rapidamente.

Já farta da voz dele, levantei da cama em busca de algum calmante ou qualquer remédio que me fizesse dormir. Sem sucesso, coloco um travesseiro em meu rosto tampando as orelhas com o mesmo, eu ainda o escutava e parecia que tinha ficado mais alto, e de uma hora pra outra, começo a escutar a voz de Ellie. Tiro o travesseiro do rosto na intuição de vê-la...

Mas ela não estava alí, então tudo ficou em silêncio, fechei os olhos e comecei a pensar, não é real, você tem que dormir.

Foi uma noite ruim, mesmo não escutando a voz de Merle nem a de Ellie, eu escutava o ranger de dentes dos caminhantes do lado de fora, parecia que eles estavam no mesmo quarto que eu. Eu sentia que estava piorando, e não sabia o que fazer para evitar.

De manhã, faminta e com sono, saio pela porta em busca da cozinha, o segurança não estava alí, penso que ele pode estar dormindo ou algo do tipo. Era fascinante como a casa era bonita, tinha alguns quadros nas paredes e um em específico era o retrato de uma família, deviam ser os donos da casa, eles estavam felizes, acho que nunca mais vou ver alguém feliz desse jeito.

Já no pé da escada, olho para os corredores procurando a cozinha, vou para a direita entrando em outro corredor, a casa parecia enorme, o grupo de Rick ficariam bem aqui, se estivessem vivos.

Até que finalmente encontro a cozinha, e Negan. Incrível como ele está em todo lugar. Ele tomava, o que eu suspeito ser café, sentado na mesa.
Seu estilo já era outro, estava com luvas de couro pretas, botas novas, o cabelo arrumado, e possivelmente com gel, a mesma jaqueta, um lenço vermelho no pescoço, e um, bastão de beisebol? Cercado de arame farpado.
- Bom dia querida. - Negan diz assim que me vê, o sorriso que ele dava era impressionante, como ele consegue.

- Bom dia. - Digo levantando as sobrancelhas, cruzei os braços e me encostei na porta. - Gosta de beisebol?

- Na verdade não. - Negan diz olhando para o taco, tanta arma para ele usar, que diabos um taco tem de melhor? - Essa... É Lucille. E ela faz um estrago pra caralho. - Ele diz empolgado, mordi os lábios para não rir, é, as pessoas são loucas e outras até demais.
Bom, eu não iria julgar, se ele está feliz, estou mais feliz ainda.
- Então. - Negan quase grita animado, quanta disposição, me dava até sono. - O que quer comer? - Ele pergunta sorrindo e indo até o balcão com o taco na mão.

- Qualquer coisa. - digo me sentando na mesa. Negan mexeu em alguns talheres e pratos, senti ele se aproximar por conta das botas pesadas. Ele me estende um prato com panquecas, uau, seria estranho dizer que será a minha primeira vez comendo panquecas?
- Obrigada. - digo pegando o garfo e a faca cortando um pedaço e enfiando goela abaixo. Negan se sentou à minha frente me encarando, eu odiava comer com alguém me olhando, parecia que eu estava comendo errado.

- Já pensou no nome? - Negan pronuncia para a minha sorte, franzi as sobrancelhas sem entender.
- Pro bebê. - Ele diz, eu não fazia idéia.