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Eu já tinha escutado esse sobrenome.

Aquele nome... Dixon...

Merle...

Merle Dixon, encontrei um cartão com um nome assim, ele era com certeza um traficante.

Eu nunca o vi, eram sempre ligações, pessoas entregando a mercadoria ou minha mãe que ia atrás das drogas.

Mesmo eu não sabendo de nada, eu torcia para que Daryl não estivesse envolvido.

Era o mesmo sobrenome, era claro. É claro que eles são parentes.

Porra.

(...)

Cheguei no apartamento, a casa estava revirada, mas eu não estava em condições de arrumar isso agora, amanhã seria domingo então deixei isso pra amanhã.

Me joguei na cama, minha cabeça ia explodir com tanta informação.

Minha mãe, jogada na cama, do mesmo jeito que a vi de manhã. Aquilo não tinha concerto...
Já pensei em várias vezes ligar para um clínica de reabilitação, mas isso não adiantaria se ela não quiser parar com essa droga. Literalmente

Meus olhos abriam e fechavam, eu estava morta de sono, mas sentia que algo ia acontecer. Era esquisito porque nada nunca acontece aqui.

Não de inesperado.

Fechei meus olhos deixando todos os pensamentos negativos de lado, pensei em Daryl, em como os olhos dele eram lindos e hipnotizantes...

Eu nunca senti esse sentimento, a minha adolescência toda eu li livros sobre romance e esperava encontrar um algum dia, alguém que me tirasse do fundo do poço, alguém que meu coração se derreterá com cada palavra que ele falar.

Aquela conversa foi a melhor que eu já tive com uma pessoa da minha idade, com certeza ele não tinha 20 anos, mas foi o mais novo que já conversei seriamente, sem brincadeiras de "vi sua mãe no beco ontem, porque você não apareceu lá também docinho?" isso até assustava. Minha vida não era tão interessante assim.

As pessoas pareciam me evitar por causa da minha mãe, uma bêbada, drogada e desempregada. E com uma reputação nada legal. Minha mãe era nova e bonita, não quero nem saber o que ela faz além de fumar naquele beco.

Um dos meus maiores sonhos que pretendo realizar era entrar na universidade, me formar em medicina e garantir um bom futuro, eu nunca tive um exemplo para seguir, mas não quero fazer o mesmo com a minha filha. Ou filho.

Eu não tinha amigas na cidade, então eu sempre andei sozinha, eu até tinha alguns conhecidos, mas nunca saímos nem nada do tipo, não acho que isso seja o significado de amizade.

Escutei a porta do quarto ao lado se abrindo, era minha mãe saindo mais uma vez, sabe-se lá para onde, eu até a seguiria, mas, sei onde ela vai e não quero botar meus pés lá.

 (...)

Aproveitei o domingo para dormir até mais tarde, o mais tarde para mim era as 10:00

Acordei e fiz minha higiene matinal. Fui até o quarto da minha mãe para ver se ela já tinha voltado, e lá estava ela, com um cara dormindo no chão com uma camiseta cobrindo suas partes, estava uma zona aquele lugar.

Havía uma garrafa de gim ao seu lado da cama, o cigarro acesso, as cortinas abertas deixando a luz solar invadir o quarto. O fedor aqui era mais insuportável que na casa toda.
- O que está fazendo aqui garota? - Dou um salto quando a voz sonolenta diz, eu entrei no quarto para apagar o cigarro antes que aconteça o que eu mais temia.

Psɪᴄᴏᴅᴇ́ʟɪᴄᴀ | 𝐓𝐡𝐞 𝐖𝐚𝐥𝐤𝐢𝐧𝐠 𝐃𝐞𝐚𝐝 Onde histórias criam vida. Descubra agora