Psɪᴄᴏᴅᴇ́ʟɪᴄᴀ | 𝐓𝐡𝐞 𝐖𝐚𝐥𝐤𝐢𝐧𝐠 𝐃𝐞𝐚𝐝

53°

(...)

Deitada na cama de Negan apenas encarando o teto sob meus olhos, eu pensava sobre o que havíamos feito, e o que ele teria feito noite passada se eu não o tirasse daquela porta.
Eu estava semi nua, a única coisa sobre meu corpo era a jaqueta de Negan que ele insistiu para que eu colocasse, ele disse que o deixaria mais excitado. Noite passada, foi uma das melhores de toda minha vida, me sinto culpada com isso mas não dá pra negar os fatos.

Enquanto o homem ao meu lado dormia tranquilamente, eu pensei que ele talvez considerasse deixar Eleanor em paz, afinal, ela é uma das suas esposas.
Mas no pouco tempo que conheço Negan, sei que ele não esquece das coisas tão fáceis quanto esperamos.

Antes que eu pudesse continuar com a entediante onda de silêncio, um resmungo veio de Negan, me estico para tentar ouvir melhor, mas as palavras eram quase como códigos, seu último resmungo antes de voltar a dormir foi, "ache a cura".

FLASHBACK |

Não à uma cura!

Fico pensando em como as pessoas com doenças que esperam, por uma cura, se sentem quando ouvem essas palavras, talvez todos nós sofremos com isso agora, o que sabemos é uma gota, e o que ignoramos é um oceano.

Ficar presa com os Dixon's só me fez entender que um irmão não é uma benção como dizem.
Fico aliviada até certo ponto por não ter uma família, sem preocupações se eles estão seguros agora, ou se estão mortos, acho que minha única família é essas pessoas que estão aqui dentro deste carro.

Agora estávamos voltando para Atlanta, de volta para onde tudo começou, minhas melhores lembranças desses últimos meses estão naquela cidade, "faremos novas" foi o que Daryl disse antes de sair da boate, de qualquer maneira, as lembranças boas são aquelas que nos lembram de quem somos e por quem lutamos.

Fico pensando, enquanto olho pela janela tentando ignorar Merle cantarolar, tento me lembrar das coisas que aprendi lendo os livros de medicina, ou o que eu deixei passar.
É uma lástima saber que não existe uma cura nem para o câncer, que é estudado todo santo dia, imagine só, para isso.
Acho que no fim, as pessoas já ficaram acostumadas com o câncer, uma doença incurável, trágica, talvez nós nos acostume com essa nova doença também.

OFF|

Negan havía acordado, com o rosto amassado e com os olhos se fechando a cada cinco segundos, de uma hora pra outra, ele levantou o braço e o posicionou em cima da minha barriga, como se ele lesse meus pensamentos sobre sair dalí.

Sem muito esforço, me ajeito melhor na cama e viro meu rosto para ele, olhando cada detalhe, ele era realmente muito bonito...

Eu já estava à muito tempo olhando para ele, seus olhos se abriram e me pegaram encarando os mesmo, aquilo me arrepiou, o contato visual que tivemos, foi épico.
Em pouco tempo, Negan se ajeitou na cama e sentou-se, me sento igual à ele, encostados na cabeceira da cama, eu ainda tinha a jaqueta em meu corpo, arrumo a mesma melhor para não mostrar metade dos meus peitos, subo o zíper até um pouco a cima dos seios, nisso, percebo que Negan começou a me encarar, eu tinha receio de virar o meu rosto, mas eu não tinha para onde olhar.
E então eu me viro, sentindo o mesmo arrepio de agora à pouco, desta vez mais intenso, deve ser por que ele não estava só olhando para meus olhos, mas também para todo o resto, minha boca, meu pescoço, e foi descendo.