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Não tinha como eu esconder minha cara de preocupada, aquilo acabou comigo. Como poderei dormir em paz no mesmo teto que ele sem ter medo de cada vez que ele abre a maldita porta?

E Daryl, está fazendo tudo isso pelo irmão. Mas eu vou lutar, tenho que ser mais forte, não importa o que eles querem comigo, não vou deixar Merle sair ileso dessa.

Eu fiquei muda a viajem inteira, Linda disse que seria assustador no começo. Mas não era só com isso que eu estava assustada.
- Brook. Onde você está morando? - A senhora perguntou e eu tive que mentir.

- Com uma amiga. No final da rua. - Digo sem gaguejar, eu poderia até dizer a verdade, mas ultimamente isso tem machucado muita gente. Então preferi manter em segredo já que a fama dos Dixon's assustava todos.

- Bom, se precisar, eu tenho um quarto na dispensa. - Ela diz e eu sorrio demonstrando confiança. Espero não ter que recorrer a isso.

Ela me deixou no nosso local de encontro, em frente a sua loja, caminhei até o apartamento com o sangue fervendo, espero que eu nem veja Daryl agora. Não estou com cabeça pra falar com ele.

Por sorte, não tinha ninguém na sala e nem na cozinha. Apostei que ele estivesse no quarto. Errada
- Por onde andou? - Dou um pulo para trás de susto. Assim que entro no meu quarto lá estava ele, sentado no chão.

- Porra, que susto Daryl. - Digo fazendo a maior cara de brava possível. - Visitando minha mãe. - Digo e jogo a bolsa em cima da cama. Ele levanta e vai até mim, ficamos parados cara a cara sem dizer nada.

- Nunca mais saia sem me avisar. - Daryl falou calmo, passou ao meu lado e fechou a porta. Me segurei para não dizer todas as coisas que ouvi hoje. Mas, porque eu sentia que isso era diferente? Estava parecendo que ele se importava comigo. Chegando tarde em casa, ele me esperando no meu quarto todo preocupado...

Ele relamente se importa comigo? Ou é só um truque?

Não sei dizer, mas a boba caiu. Na hora do banho não parei de pensar naqueles olhos azuis, imaginando ele aqui comigo. Depois de tudo o que escutei sobre ele e o irmão, porque eu ainda acreditava no Daryl? E pensar que nossos quartos estavam a dois passos de distância me matava.

Esse sentimento brotou do nada. Bom, na verdade, veio de uma simples demonstração de importância. O que nunca ninguém havia demonstrado pra mim.

Deitei na cama e começei a pensar, eu desejava que Daryl fosse diferente do irmão, era isso que me mantinha aqui ainda. Provar para minha mãe e para mim mesma que as nem todas as pessoas são más.

Imaginando os olhos azuis ao meu lado, dormi com um sorriso no rosto. Era claro que eu estava me iludindo demais. Mas eu só queria saber como é a sensação, de se apaixonar.

              *

De manhã, alguém tinha acordado inspirado, mal abri os olhos e já senti cheiro de bacon e ovos sendo fritados.

Saí do quarto ainda de pijamas, nada muito curto. Um shorts de malha e uma regata.
Daryl cozinhava feito um anjo, olhos atentos em tudo. Encostei na parede e observei cada passo seu.

Ele parecia perdido na própria cozinha, mas eu amei ver ele se debatendo.
- Não sabia desses dons culinários. - Digo sorrindo, Daryl subiu os olhos para mim e vi que ele se assutou com minha presença.

- Esses ovos iam chocar se eu não os fritasse. - Ele questiona e eu ri, caminho até a bancada e observo seus cuidados na cozinha. Coloquei a mão no queixo e lambi os lábios, o cheiro estava realmente bom.
- Não tô acostumado com platéia. - Resmungou baixo, arqueei as sobrancelhas antes de responder.

Psɪᴄᴏᴅᴇ́ʟɪᴄᴀ | 𝐓𝐡𝐞 𝐖𝐚𝐥𝐤𝐢𝐧𝐠 𝐃𝐞𝐚𝐝 Where stories live. Discover now