Psɪᴄᴏᴅᴇ́ʟɪᴄᴀ | 𝐓𝐡𝐞 𝐖𝐚𝐥𝐤𝐢𝐧𝐠 𝐃𝐞𝐚𝐝

22°

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Continuamos com a nossa busca pela garota, até que fomos parar numa igreja, mas nada, nem sinal dela, já estava começando o clima tenso que eu tanto conhecia, mas não íamos desistir tão fácil.
Carol aproveitou e fez suas orações, bom acho que todos nós fizemos.
- Daryl você tá no comando. - Shane grita depois de uma longa conversa com Rick um pouco longe do grupo.

- Vai dividir a gente? Tem certeza? - Daryl retruca, até que é uma boa idéia, poderíamos cobrir a área mais rápido.

Shane assentiu e dividiu os grupo, sinceramente, acho que Rick quem deveria fazer isso, mas permaneci em silêncio.
- Eu vou com vocês. - Me manifesto olhando para Rick.

- Não... - Daryl e Rick disseram em unisom, encarei o Dixon e depois Rick.
- Você volta com o Daryl. - Era seu veredicto final, insisti novamente mas ele me cortou e me jogou para o Dixon de novo. Bufei e assenti.

Continuamos a andar, no meio do caminho, Lori deu alguns chiliques, vou ter que concordar com ela em algumas partes, as pessoas estavam julgando Rick pelo simples fato de ter deixado Sophia naquele lugar, não entendem que foi necessário e se houvesse uma opção mais fácil com certeza Rick a faria.

Mas todos temos opiniões diferentes, só estou pensando que se alguém falar mal do meu irmão eu não vou ficar quieta ouvindo tudo.

"Foi um tiro"

Todos cochicham em unisom, com certeza foi um tiro, mas um? Porque apenas um...

Não ligamos muito para o tiro, mesmo sabendo que talvez fosse alguma coisa, mas continuamos a caminhar como se nada tivesse acontecido, e afinal, Rick está com eles...

- Você acha que ela está viva? - pergunto baixinho para o arqueiro ao meu lado

- Sim. Você não? - Ele diz seco.

- Não... - Seu olhar foi fatal, se eu não o conhecesse teria medo, ele se apegou demais a essa causa, porra.

Ouvimos os gritos de Andrea a uns passos de distância do resto do grupo, ela tinha ficado para trás e um zumbi a pegou, mas do nada, uma garota num cavalo apareceu e acabou com o zumbi.
- Lori Grimes? Brook? - Ela gritou, me pronuncie rapidamente e Lori fez o mesmo.
- Rick me mandou, Carl foi baleado mas esta vivo, Lori precisa vir comigo. - A mulher disse, meu coração gelou, Lori imediatamente tirou a mochila das costas e subiu no cavalo. Porra eu tinha quase certeza que aquele tiro era suspeito...

Daryl resmungou algumas coisas para Lori, mas ela nem deu ouvidos.
- Olhe a caixa do correio o nome é Grenn.

A mulher disse e se foi com Lori, precisaríamos voltar e pegar o resto do pessoal e partimos logo para essa tal fazenda.
- Brook? Está tudo bem?

Escutei baixinho, eu estava um gelo, foquei meus olhos numa direção e a frase de que Carl tinha levado um tiro ecoava pela minha cabeça, eu devia estar lá com ele, não sou formada em medicina mas os livros sempre me ajudavam, porra, pelo menos eu podia estancar o sangramento.
- Brooklyn. - A voz grossa veio de Daryl, olhei para o pessoal que me julgavam só pelos olhares.

- Tô bem. Vamos logo. - Digo voltando depressa a direção em que íamos.

Pensei o caminho inteiro a forma mais rápida de chegar na tal fazenda dos Grenn do jeito que a mulher explicou, a moto do Daryl seria uma boa opção, mas agora com ele carrancudo comigo, vai ser um puta trabalho.

Até que enfim, chegamos no engarrafamento, Glenn gritou para o restante que Carl tinha levado um tiro e isso poupou meu trabalho.
- Porra, sinto muito Brook... - Ellie disse me abraçando, despejo algumas lágrimas ainda me culpando por não ter ido junto, e porra, parecia que só eu se preocupava com ele, as pessoas estavam mais preocupadas com a garota desaparecida, já estava farta disso, ela já morreu, e temos que aceitar, temos que cuidar dos vivos agora.

Carol insitia para que todos ficássemos, eu não ficaria, meu sobrinho tem riscos de morte e não vou ficar sentada esperando o pior acontecer.
- Não podemos ir embora e deixá-la aqui... - Carol começou.

O grupo discutiu sobre se ela aparecer e não estivermos aqui, bom, eu pelo menos não vou estar aqui, se todos quiserem ficar, eu me viro sozinha.
- Vamos amanhã pela manhã. - Daryl decidiu, mas não mesmo, ele não dita as ordens, não pra mim, vou para a fazendo nem que seja sozinha.
Todos começaram a tomar iniciativa, a maioria iria ficar, sinto por Carol, gosto dela e da Sophia, mas ele é meu sobrinho.
Quando só sobrou a mim e Ellie, decidi falar o que eu iria fazer mesmo sabendo os riscos e o que as pessoas achariam.
- Eu tenho que ir. - Digo olhando para todos, Daryl me olhou com negação.

- Bom, se você vai Glenn também vai. - Dale se manifestou, Glenn não queria, mas aceitou, teríamos que levar o T-dog por causa do ferimento, o curativo que fiz já estava podre e não tínhamos antibióticos.
- Ele precisa dos antibióticos ou vai morrer...

- Porque não disse antes?tem alguns antibióticos na moto do merle. - O Dixon disse jogando uma sacola
cheia de remédios, e o tal pó azul que eu nem lembrava da sua existência estava lá.

T-dog tomou os antibióticos, mas mesmo assim tivemos que levá-lo, era uma infecção grave e podia matá-lo se não levar pontos.

- Eu também vou. - Ellie se pronunciou.

- Não. Já vai gente demais. - Daryl quase grita, olhei com negação para ele, desde quando ele ficou responsável por quem vai e quem fica? Eu já estava cansada do Dixon botar ordem em tudo.

- Ela pode ajudar Daryl, Ellie vai com a gente. - Digo firme, o Dixon não gostou muito e entrou no trailer, porra, sei que depois vou ter que aguentar sermões, mas ele não tem que descontar o ódio nos outros, se ele está bravo comigo, desconte em mim.

No fim, estávamos indo com o carro da Carol, fomos embora e eu nem vi mais o Dixon, foi até melhor, é nessas maltidas horas que eu não sei se o encho de socos ou se tiro sua roupa, porque porra, ele fica lindo bravo.

××

Finalmente parecíamos chegar num portão, era enorme e tivemos que destrancar, e depois trancar, ordens do coreano, não sei porquê...
Mas no final da estrada de chão avistamos luz suspeitando que era a fazenda.

Entramos as pressas com T-dog escorrendo sangue pelo braço e eu toda desesperada.
- Trancaram o portão de onde vieram? - A mulher do cavalo estava sentada no escuro da varanda nos dando um susto, Glenn conversou rápido com ela e entramos.

Fui direto para a porta meio aberta e dei de cara com Rick e Lori, um senhor de cabelos brancos estava cuidando do pulso de Carl, Rick pareceu feliz em me ver, fui correndo para perto deles, Carl tinha os olhos fechados e uma atadura no lado direito da barriga.

- Como ele está? - Pergunto ao homem de cabelos brancos que cuidava dele.

- Está estável, mas precisa do respirador para poder tirar a bala, ou ele...

- Ou ele não vai sobreviver. - Digo olhando para o garoto na cama, ele não merecia isso, tudo o que queria era encontrar a amiga.

O homem que depois de uns minutos me disse o seu nome, Hershel, me perguntou se eu cursei ou estava cursando medicina; até gostaria, mas o mínimo que sei, aprendi nos livros.
- Você e ela são irmãos certo? - Hershel perguntou.

- Sim, porque? - Rick suplicou, Hershel olhou para o braço de Rick e entendemos o recado.

- Eu posso doar meu sangue pro Carl? - Pergunto com os olhos brilhantes e esperando um sim.

- Possivelmente. - Hershel suplicou olhando para Rick.
- Rick, quando eu ver que você não aguenta mais, vou passar para a Brooklyn. - Hershel finalizou olhando para mim, assenti e Rick fez o mesmo.

Depois de uns minutos ao lado da minha família, fui até a varanda da casa, olhando para o céu, sem nenhuma estrela, como eu queria que Daryl estivesse aqui, porque ele tem que ser tão teimoso? As vezes, sinto falta da nossa vida de antes, mas me lembro que se não tivesse acontecido tudo isso, não teria encontrado Rick...

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