C.P 37

1.9K 208 36
                                    

Piscicopata

Seus músculos estavam enrijecidos, sua mandíbula tensa e sua mente atordoada.

A todo momento, a todo instante, a todo segundo, a todo minuto, a todo milésimo de segundo, ele à ouvia gritar.

Mas o grito não parecia estar vindo de algum canto da floresta. E sim de dentro da sua cabeça.

Ela gritava e gritava cada vez mais alto.

Suas mãos apertavam com força suas orelhas, na tentativa de não ouvi-la.

VÃO ACHAR VOCÊ.

VÃO ACHAR VOCÊ.

Ele olhava para todos os cantos. Mas o que via eram apenas folhas verdes e árvores grandes.

ELES ESTÃO PERTO.

Seus olhos estavam arregalados.

- CALA A BOCA! - ele gritou com força e o mais alto que conseguiu. Sua voz ecoou pela floresta, fazendo alguns pássaros saírem voando pelo ar. Sua garganta já doía e sua cabeça parecia uma bomba atômica. Pronta para explodir a qualquer momento.

VÃO TE PEGAR!!!!

Gritou ainda mais alto. Ele fechou os olhos com força e soltou um murmúrio pela boca.

Sentia suas pulsações com força em seus pulsos e suas pernas pareciam estar moles.

Sempre que isso acontecia, ele não sabia o que fazer.

Sempre que ela o pegava totalmente desprevenido, fazia dele o que queria. E ele sempre tentava impedi - la de o fazer de fantoche. Mas falhava, sempre falhava.

ELES SABEM O QUE VOCÊ FEZ!!!!

ELES SABEM E VÃO TE ACHAR!!!

- PARA!!!!! - havia gritado tanto que já estava com a voz falha.

VÃO PEGAR VOCÊ A... VÃO PEGAR VOCÊ!

Ela gritou seu nome, e isso o fez se arrepiar da nuca até o cós da calsa.

- PARA PORRA, PARA!!! - seu grito saiu falho dessa vez. Ele não soube como, mas conseguiu chegar à uma conclusão. E a conclusão que chegou o fez sair em disparada na direção da árvore mais grossa e grande que encontrou naquele momento de tortura mental.

E a última coisa que sentiu, foi um baque intenso contra seu rosto, que eventualmente, não estava com a máscara, como normalmente.

Benna

Benna acordou meio atordoada, alguns fios de seu cabelo escuro ocupam seu rosto e o resto ocupa todo o travesseiro. Ela levantou e caminho até o banheiro. Louca para tirar o gosto amargo de sua boca.

Após escovar os dentes, Benna colocou o chinelo nos pés e foi em direção à cozinha, onde achou que o encontraria. Mas ele não estava lá.

Ela não se importou, ao contrário, agradeceu aos céus por isso. Então abriu o armário da cozinha e pegou um pacote de salgadinhos.

Um Piscicopata Apaixonado 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora