C.P 41

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Benna

- Me tira daqui!!! - ela gritava, batendo com as mãos fechadas em punho na grande porta de madeira.

Seus dedos doíam e a palma de sua mão estava marcada pela suas unhas. Seu corpo já estava fraco. Fazia muito tempo que estava ali, no topo de uma escada, com as pernas firmes no chão e as mãos socando a madeira velha.

- Seu monstro! Me tira daqui!!! - seus gritos não adiantavam nada àquela altura.

- Eu odeio você, eu odeio você... - dessa vez, suas palavras saíram como um murmúrio.

Benna colocou os joelhos perto da barriga e os abraçou, deitando seu corpo sobre o chão. Seus cabelos longos e escuros ficaram esparramados ao redor de sua cabeça e ela finalmente permitiu que suas pálpebras fechassem.

Piscicopata

- MALDIÇÃO! - ele gritava enquanto socava com toda a sua força uma grande árvore grossa.

Estava sem luvas.

Seu sangue molhava as folhas secas do chão e ele não sentia dor. Não naquele momento.

- Desgraçada! - ele gritava ainda mais alto. Socando a árvore grossa como se estivesse socando um saco de pancada. A única diferença era que a árvore feria sua mão à cada soco.

Escorria suor de sua testa e os músculos de seu corpo estavam enrijecidos. Sua mandíbula tensa. Seus olhos escuros completamente dominados pela raiva.

Sentia vontade de ir até o porão e socar a cara delicada de Benna. Mas não iria fazer isso. Sabia que o amargo do arrependimento ficaria impregnado em sua boca.

Não sabia por quanto tempo estava ali, na floresta completamente verde e imensa, mas seu corpo havia cansado. Além de tudo, já estava anoitecendo. Então ficou praticamente o dia todo socando aquela árvore.

Mas não se importou. Nem com as mãos pingando sangue e muito menos com as estrelas que apareceram no céu escuro.

Sua raiva ainda não havia passado, e então ela falou. Não, ela gritou.

- POSTO DE GASOLINA! - seu grito o fez parar de socar a árvore e tapar os ouvidos com as mãos feridas. Ele rodeou as orbes pela floresta mas não encontrou nada, nem ninguém.

- POSTO DE GASOLINA! - ela gritou mais uma vez. - ANDE LOGO!

Então ele lhe obedeceu e voltou caminhando à passos rápidos para sua casa, que ficava no meio da floresta.

...

Seu sangue se misturou com a água fria quando ele ligou o chuveiro. Seus músculos relaxaram logo em seguida e seu coração acelerado se acalmou, assim como seus hormônios nervosos.

Depois de tomar um banho rápido, ele saiu da floresta, trancando a porta de madeira e pisando fundo no acelerador em seguida.

Foi dirigindo apressadamente para o único posto de gasolina que havia na pequena cidade. E quando chegou, um sorriso se fez no canto de seus lábios.

Havia um grupo de três meninas dentro de um carro cinza, enquanto um frentista inclinava seu corpo na janela do motorista e sorria galanteador para a garota loira que ali estava.

Um Piscicopata Apaixonado 2 Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum