C.P 46

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Piscicopata

Entrou na sala de tortura completamente relaxado, disposto a não demonstrar o quanto o atingia ter aquele cara por perto.

Ele se aproximou devagar, cuidadoso, temeroso. Aquele homem tinha as mesmas habilidades que as suas. E uma pessoa com as mesmas habilidades que as suas é como ele, perigoso.

Sem mais delongas, o Piscicopata pegou maduma e mirou a arma para o homem, que já havia acordado, e no momento olhava para o chão. 

De repente, o cara sorriu. Mais um pouco, mais um pouco... Então seu sorriso se transformou em uma gargalhada alta e estressante.

O Piscicopata, por um segundo, ficou confuso. Sem saber exatamente o que diabos fazer em uma situação como aquela.

Ele ficou imóvel, com a arma apontada para o homem sentado na cadeira e completamente amarrado. Suas mãos suavam frio dentro das luvas pretas.

Ele esperou, cada vez mais impaciente, enquanto o outro gargalhava como se tivesse ouvido a piada do ano. Sua risada era verdadeira, e o Piscicopata se irritou profundamente quando percebeu que o cara estava rindo dele.

Um turbilhão de sensações ruins preencheu seu peito. A raiva dominando seu ser. Seus músculos mais tensos que jamais estiveram.

Então ele gritou.

- PARE DE RIR SEU FILHO DA PUTA! - ele apertou a arma com força e destravou o gatilho, fazendo um click ecoar pela sala escura. Mas isso não intimidou o homem à sua frente, que continuou a gargalhar exageradamente.

Ele apertou os olhos com força. Sua raiva se esgotando. Então apertou o gatilho.

O barulho do tiro ecoou alto na sala e fez um zumbido em seu ouvido ser perceptível. Mas continuou como estava. O homem parou de rir na mesma hora e o encarou com raiva, muita raiva. 

Na parede logo atrás dele, um buraco grande se formou, provocando pequenas rachaduras na parede e um fiapo de fumaça em torno de si.

- Você não me intimida nem mesmo com uma arma na mão, seu traidor! - o cara falou com ironia. E fez questão de frisar a última palavra.

O Piscicopata jogou a arma no chão. Havia perdido a paciência. Seus passos foram rápidos até demais quando caminhou até o cara sentado na cadeira de ferro. A caminho até lá, foi tirando as luvas pretas das mãos e as jogando no chão

Ao se aproximar o suficiente, socou com força o rosto másculo do homem, fazendo rapidamente um fiapo de sangue escorrer de seus lábios. Não esperou que o cara falasse algo, entretanto, e novamente socou sua cara, com força, só que dessa vez, o que sangrou foi seu nariz. Então o Piscicopata não parou, socou a cara dele até cansar e começar a suar. Sua respiração estava agitada quando enfim, parou. 

O estrago foi o bastante para fazer ele sorrir. Com os socos, produziu diversos cortes na cara do homem. Nas sobrancelhas, nos cantos da boca, na bochecha. Seu nariz escorria sangue freneticamente e seu olho já começará a inchar. Ele ficou completamente atordoado com a quantidade de murros que havia levado. Sua cabeça tombou para trás quando desistiu de mantê-la erguida.

- Posso não intimidar você com uma arma em mãos, mas tenho certeza que com apenas as mãos consigo fazer você rezar para sumir da minha vista. - o Piscicopata falou devagar, encarando a cara do homem coberta de sangue.

Ele estava prestes a desmaiar. Então o Piscicopata saiu da sala de tortura, e alguns minutos depois, voltou com um balde e quatro garrafas de whisky. 

Um Piscicopata Apaixonado 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora