C.P 49

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Piscicopata

Não esperou uma reação de Benna e muito menos ela fazer a gororóba que chamava de bolo de legumes, apenas saiu da cozinha já sem a mínima vontade de ajuda-la - como disse que faria - com o preparativo. Estava ficando louco, alucinado.

Assumir isso para ela não fazia sentido. E alguma coisa que ele estava fazendo ultimamente estava, de fato, fazendo sentindo?

Não. Óbvio que não. 

Por que diabos beijou ela? Foi bom? Demais. Mas não podia e não deveria ter sido. Imaginar o corpo dela nu na sua frente o fez ficar enrijecido. E o que precisava naquele momento era matar alguém. Necessitava disso. Assim como necessitava do auto controle para não empurra-la contra a parede e penetra-la com toda a força que era capaz de consumir.

Enquanto dirigia rapidamente até a cidade, a tortuosa lembrança do momento em que seus lábios se chocaram com os dela o atormentou. Precisava esquecer aquilo. E só existia um modo de fazer isso acontecer. 

Quando chegou à grande ponte que separava a cidade da floresta, parou o carro e deitou a cabeça no assento, encarando o teto do carro luxuoso que roubará de um empresário de altíssima qualidade de vida que torturou durante horas. Precisava pensar o que faria.

Soltou um suspiro pesado pela boca e olhou para a frente, seus olhos encontraram uma pizzaria do outro lado da rua. Era nova. Não estava ali antes. Em uma grande placa amarelada haviam letras enormes e vermelhas com o seguinte dizer: Pizzaria Holy, venha experimentar nossas variedades de massas e sabores. Fone: 6351-9352.

E a resposta apareceu bem em sua frente.

Um sorriso surgiu em seus lábios assim como a idéia em sua mente. Deitou sua cabeça no banco e olhou para o teto do carro novamente. Apenas alguns minutos se passaram, e então ergueu sua cabeça e olhou para a frente quando ouviu barulho de porta batendo. Tirou a máscara do rosto e observou a menina sorridente de cabelos ruivos andando pela calçada com duas caixas de pizzas nas mãos.

- Coitada... - ele murmurou para si mesmo enquanto esperava a garota virar a esquina. E quando isso aconteceu, ele pisou no acelerador.

A garota caminhava calmamente pela calçada, seu vestido até o joelho balançava com o vento, assim como seus cabelos ruivos. Ela olhava para a rua, onde vinha os carros. O Piscicopata parou o carro quando viu que ela queria atravessar, ela acenou e sorriu como agradecimento e atravessou a rua, mas quando estava no meio da rua movimentada, o Piscicopata pisou fundo no acelerador e derrubou a garota com o carro. O grito que ela soltou fez seus ouvidos zumbirem.

Ele freiou bruscamente, fazendo então que o carro derrapasse no asfalto. Saiu do carro rapidamente,  correu até a menina e se abaixou para falar com ela.

- Me desculpe, acho que tive um mal súbito momentâneo... - ele falou alto, parecendo desesperado e arrependido.

- Minha perna!!!! Aaaaaah!! Eu quebrei a minha perna!!!!!! - ela gritava. Seus cabelos longos e laranjados espelhados pelo asfalto. Seu rosto normalmente branco completamente vermelho.

- Alguém chama uma ambulância! - uma senhora gritou. Várias pessoas pararam de fazer o que estavam fazendo para vizualizar a cena desastrosa.

- Não. Eu atropelei. O mínimo que posso fazer é leva-la ao hospital! - o Piscicopata disse e sem esperar que a menina ou alguém dissesse algo, à pegou no colo e à colocou deitada no banco de trás. 

Um Piscicopata Apaixonado 2 Where stories live. Discover now