epílogo

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QUINZE ANOS DEPOIS

- Você está lindo, meu amor. - a mulher elogiou seu filho. O mesmo vestia um terno branco com uma gravata prateada. Os cabelos parecidos com os do pai estavam penteados para o lado. Os olhos negros que também erdou do pai estavam entediados. Ele odiava datas festivas. - Espere um minuto, vou pegar minha carteira.

Benna Wattson saiu do quarto, um pouco agitada. O fim do ano era uma data especial para ela, pois comemoraria não apenas o ano novo, como também mais um ano de seu casamento.

O jovem de quatorze anos se aproximou da janela e olhou a cidade em que cresceu. Ele não queria estar ali. Não queria tê-la como mãe e não queria ter que chamar um cara desconhecido de pai.

Ele sabia quem era seu pai. E sentia orgulho de seu progenitor. Os atos de Axel Blackwaters eram como um filme de terror que Alec Kenedy simplesmente adorava.

Kenedy. Ele odiava esse sobrenome. Havia ficado com ele quando o doutor particular de sua mãe se casou com a mesma. Os dois viveram um romance clichê e meloso aos olhos do garoto. O que lhe causava ojeriza.

Seus olhos negros como a noite encararam seu próprio rosto no espelho, ele não sabia explicar, mas sentia uma vontade avassaladora de esconder o rosto, para que ninguém visse sua face. Seus dedos se arrastaram pela sua cabeça, bagunçando seus fios escuros.

- Pronto. Vamos? - sua mãe apareceu no quarto. Ela vestia um vestido branco demais cuja barra chegava aos seus pés. Um salto de quinze centímetros à deixava ainda mais elegante. Ela sorria, finalmente feliz. Verdadeiramente feliz.

Ela estava radiante.

Entretanto, seu sorriso murchou um pouco quando ela encarou seu filho. Quanto mais ele crescia, mais se parecia com o pai. Pegará os mesmos olhos, os mesmos cabelos, o mesmo jeito de falar, o mesmo rosto, tudo. Simplesmente idêntico ao pai.

E isso à assustava as vezes.

Com o passar do tempo, Benna conseguiu se recuperar o suficiente para sentir nada mais nada menos que nojo, repulsa por Axel Blackwaters. Ela havia sido diagnosticada com Síndrome de Estocolmo. Uma síndrome que à cegava, que à fazia acreditar veementemente que realmente amava um Sociopata.

Ethan Kenedy quem à puxou para cima, quem à tirou do fundo de um oceano de ossos. Ele quem pagou seu tratamento e quem à acompanhou durante todo o tempo que precisou para enfim, recuperar sua sanidade.

- Não bagunce o cabelo assim, Alec. - ela se aproximou, fazendo menção de arrumar os cabelos do menino. Entretanto, ele segurou seu pulso com tanta força, que por um segundo a mulher viu Axel ali, em sua frente. Suas orbes se abriram mais e ela sentiu uma sensação horrível dentro do peito.

O garoto à encarou com intensidade. Suas iris pareciam buracos negros, prestes à sugar sua própria mãe para o fundo, para a escuridão. Benna sentiu sua espinha arrepiar e viu o momento em que seu filho trincou o maxilar.

- Me solte, Alec. - ela mandou afinal, era mãe dele. Contudo, o garoto não se mexeu. Nem ao menos piscou.

- O que está acontecendo aqui? - Ethan entrou no quarto, encarando a mão do garoto apertando o pulso de sua mulher.

E então Alec abriu a mão, liberando o pulso de Benna. Quando a mulher encarou seu antebraço, pôde vizualizar uma grande marca vermelha que ficou ali. Com a outra mão, ela massageou seu pulso. Seus olhos cor de mel foram direcionados para a face de seu filho. Ele parecia arrependido.

Um Piscicopata Apaixonado 2 Where stories live. Discover now