C.P 56

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Benna

- Primeiro eu quero saber a sua idade. - o Psicopata diz enquanto acaricia a pele lisa do rosto da garota. 

Ela franze a testa.

- Por que primeiro a idade? - ela pergunta, sorrindo a apreciando o carinho que recebe. Seus olhos parecem querer se fechar automaticamente para poder sentir com mais profundidade. Mas ao mesmo tempo ela sente vontade de deixá-los abertos,  para poder admirar o rosto incrívelmente lindo à sua frente.

A Lua e as estrelhas brilhantes iluminam os dois rostos expostos para a noite e colados na grama gelada e macia. Os narizes estão à centímetros um do outro e Benna olha cada traço do rosto do Piscicopata, milímetro por milímetro. Seus olhos estão encantados com tamanha beleza e ela se pegunta à cada segundo que passa o por que ele esconde o rosto de tudo e de todos.

Imaginava que a face era composta por milhares de espinhas e que o nariz talvez fosse torto, ou então que a terça parte do rosto fosse totalmente queimada, ou até o rosto inteiro, ou talvez que tivesse uma mancha de nascença que o fizesse sentir vergonha de tão horrenda que fosse, ou até mesmo que seu rosto fosse completamente deformado por conta de uma síndrome ou qualquer outra coisa, qualquer deformidade possível. Mas não. Era incrivelmente bonito. Como o rosto de um modelo de New York. E ela simplesmente não conseguia entender por que diabos ele não deixava ninguém admirar a sua beleza.

Os cabelos pretos constratavam perfeitamente com o tom de pele. Os olhos negros combinavam com a cor escura do cabelo. Alguns pequenos fios de barba em baixo do queixo bem desenhado e também alguns fiozinhos em baixo do nariz, acima da boca rosada com um formato só dela, algo que se fosse em outro homem ela acharia completamente escroto, estranho e feio. Mas nele, estava perfeito. E ela não queria que ele os tirasse dali.

- Por que sim. - ele disse, simplesmente.

- Faço vinte daqui há alguns meses. - ela fala após alguns segundos. - Posso perguntar a sua?

- Pode. - ele responde, com um pequeno sorriso nos lábios.

- Qual a sua idade? - ela pergunta, querendo muito saber e também com um sorriso nos lábios. Sentia certa felicidade. Não entendia como nem por que, mas estava feliz. Se sentia feliz. E ao chegar em tal conclusão, seus olhos se arregalaram e imediatamente ele viu seu semblante mudar. Mudou para um surpreso. Surpreso até demais.

- O que foi? - ele perguntou, rápido, suas mãos seguraram com firmeza o rosto da garota, quase tapando completamente sua face. Ela parecia assustada, muito assustada.

- Eu... - ela tentou dizer, mas pareceu estar sem voz. Ele tirou de seu rosto alguns fios de cabelo e pressionou ainda mais suas mãos nas bochechas da garota.

- Ei, o que foi!? - sua voz saiu quase desesperada. - Fala comigo, o que foi? - suas orbes estavam levementes arregaladas e suas mãos começavam a formigar. O semblante incrédulo e até aterrorizado da garota fazia suas mãos começarem a suar.

- Eu estou feliz. - ela disse, num fiapo de voz.

E um alívio percorreu a espinha do Piscicopata, fazendo-o fechar brevemente os olhos e soltar um suspiro pela boca. Então ele abriu novamente os olhos e perguntou:

- E isso não é bom? - de repente se viu confuso. Era para ela estar bem por se sentir feliz, e não com os olhos arregalados e o semblante amedrontado.

Um Piscicopata Apaixonado 2 Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt